Uma das paredes de um estabelecimento que fica na esquina da Rua Curitiba com a Rua Recife de Presidente Epitácio está se transformando num painel em azulejos, com fotos que mostram um pouco da história do município. O local já está sendo chamado de Esquina da Memória de Epitácio, o que faz todo o sentido, pois é onde fica o escritório do contador Wilson Cruz, 88 anos, que é um verdadeiro museu vivo da cidade, segundo seu filho Wilsinho, 53 anos, gerente de TI (Tecnologia da Informação), que é o idealizador do painel.
“É uma relíquia histórica que retrata o Porto/Vila Tibiriçá, onde a região de Presidente Prudente começou em 1907, e o histórico Vapor Tibiriçá. Na verdade esse painel é só a ponta do iceberg com oito fotos. Em breve teremos mais. Esse painel é permanente e o uso de fotos impressas em azulejos foi proposital para, literalmente, cravar a história nas paredes e muros da cidade e durar por décadas”, expõe Wilsinho.
O que acontece, segundo Wilsinho vem observando já de longa data, é que a história está sendo esquecida. “Eu sei, meu pai conhece a história, mas ela não está indo para as futuras gerações. Não está sendo materializada essa história toda. E isso é um absurdo”, enfatiza.
Contudo, Wilsinho é realista e diz que não dá para tomar muito público, porque infelizmente, existe uma rejeição popular muito grande quando se fala de arte e cultura. “Tem que ter muita habilidade nos bastidores pra não queimar a ideia. Na verdade não estamos falando pra grande massa”, completa.
Mas, uma coisa é certa, ele sabe que precisa evidenciar a importância da história da sua terra natal. “Todo mundo reconhece isso, mas não tem como materializar. Então eu precisava criar algo palpável, concreto. Foi aí que surgiu a ideia do painel em azulejos como eu havia visto na Bahia”, pontua Wilsinho.
De acordo com Wilsinho, a primeira foto retrata a história da estância turística de Presidente Epitácio. Outras duas mostram dois momentos do Navio Epitácio Pessoa, que foi um ícone do turismo no oeste paulista. Uma em sua inauguração e outra em dia de passeio turístico. A quarta imagem retrata o presente da Ponte Hélio Serejo/Maurício Joppert da Silva, numa tomada aérea que mostra toda a imensidão do Rio-Mar Paraná.
A quinta apresenta o escudo do EC (Esporte Clube) Fluvial, equipe de futebol do Porto Tibiriçá que marcou época na região. E a sexta é outro resgate histórico, pois mostra a Vila Tibiriçá, relembra o campo e o hino do EC Fluvial Tibiriçá. A sétima foto retrata como era o antigo Parque Figueiral, que está submerso devido à formação do lago da Hidrelétrica Sérgio Motta/Porto Primavera. Por fim, a oitava mostra uma tomada aérea atual da Orla Fluvial, na altura da Curva da Marginal.
“O painel próximo do meu pai foi um presente. Estou resumindo ao extremo, pois tem muito mais. A história de vida do meu pai daria um livro de memórias. Na verdade, ele escreveu e está praticamente pronto”, destaca Wilsinho.
Wilsinho comenta feliz que o painel já está dando frutos, pois um novo empreendimento turístico em Epitácio vai ter um painel com 30 fotos retratando a história do Porto/Vila Tibiriçá. “E o que despertou o interesse dos empresários foi o uso da história como um diferencial de negócio e atrativo turístico, pois o empreendimento está às margens do Rio Paraná, no ponto onde a região de Prudente começou”, destaca.
Wilsinho mora em São Paulo há 35 anos, mas embora longe, afirma que não perdeu o vínculo e acompanha o cotidiano de Epitácio por sua página no Facebook onde ele publica diariamente pelo menos uma foto de Epitácio.Ele tem nada mais, nada menos que aproximadamente 25mil fotos! “Publiquei achoo que uma média de 6 mil fotos na página”, diz ele.
Paras contextualizar e deixar redondinha essa narrativa, Wilsinho explica que a Vila Porto Tibiriça nasceu em 1907, inclusive, segundo ele foi onde teve a origem da região de Presidente Prudente. Ou seja, começou de lá para depois ir para Indiana. “Minha avó, chegou em Tibiriçá, em 1910, meu pai casou em 1933. Eu ouvia essas histórias o tempo todo no café da manhã, no almoço, na janta. Por isso dizem que meu pai é ummuseu vivo de Epitácio que conhece tanto a história desde o nascimento da Vila Tibiriçá e viveu todo esse tempo na cidade. Ele vai fazer 88 anos.
Paralelo a isso há oito anos Wilsinho vem batalhando para fazer um museu no Porto Tibiriçá. Onde tudo começou. Mas isso já é outra história!
Cedidas
São oito imagens que retratam a história de Epitácio
Outras duas resgatam dois momentos do Navio Epitácio Pessoa
Quarta imagem, bem atual, da Ponte Hélio Serejo/Maurício Joppert da Silva
A quinta apresenta o escudo do EC (Esporte Clube) Fluvial
A sexta mostra a Vila Tibiriçá, relembra o campo e o hino do EC Fluvial Tibiriçá
Sétima foto evidencia como era o antigo Parque Figueiral, que foi submerso
Oitava imagem é uma tomada aérea atual da Orla Fluvial, na altura da curva da marginal