Se a palavra esporotricose já é difícil de pronunciar, imagine Sporothrix. Já os significados são bem fáceis de entender: a esporotricose é uma doença causada pelo fungo do gênero Sporothrix, que habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais, principalmente os gatos, além de outros animais.
“Em relação às espécies que a doença pode acometer, estão os seres humanos - por isso é considerada uma zoonose, e já tem sido relatada em ratos, equinos, chimpanzés, cães, raposas, golfinhos e camelos, sendo que os gatos têm a maior prevalência em apresentar essa doença”, explica o médico veterinário Rafael Severino Rodrigues, de Presidente Prudente.
Segundo o veterinário, a transmissão da esporotricose pode ocorrer de duas formas:
- Sapronótica: por contato da pele ou mucosa com plantas e solos contaminados pelo fungo;
- Zoonótica: a fonte principal de infecção é o gato doméstico, sendo que a transmissão aos seres humanos ocorre através do contato com suas lesões, arranhadura e mordedura. Entre os felinos, a transmissão também se dá por mordedura, arranhadura e contato com ambientes contaminados.
Ele ressalta que o tutor deve observar se o animal tem lesões nodulares e ulcerativas, sendo mais comum nas patas, cabeça e cauda, podendo progredir para o restante do corpo. O diagnóstico é feito a partir do exame físico e exames complementares solicitados durante a consulta com o médico veterinário.
Caso o tutor suspeite da doença, para não correr o risco de contraí-la, o médico dá algumas orientações. “As medidas adotadas são o isolamento do animal, o uso de luva durante o manuseio e a limpeza do ambiente deve ser diária com água sanitária”.
Confirmada a esporotricose, o tratamento indicado é utilizar antifúngico de amplo espectro, durante 4 a 6 semanas, sem interrupção para que alcance bons resultados.
O veterinário explica que a melhor forma de prevenir é criar o gato apenas dentro de casa. “O ideal é os gatos não terem acesso à rua, e serem castrados para que diminua a disputa por território. Consequentemente irá diminuir as chances do mesmo contrair a doença e transmiti-la a outros animais e aos seres humanos”.
Rafael acrescenta que, apesar de ser uma zoonose, é uma doença de fácil tratamento, baixo custo e alta cura clínica. “Se o tutor abandonar o animal por conta da doença, o risco de contaminação do ambiente e de outros animais se torna maior, causando graves riscos à saúde pública”.
Foto: Cedida
Rafael: “Ideal é os gatos não terem acesso à rua, e serem castrados para que diminua a disputa por território”