Comer fora de casa é sempre uma boa pedida, mas é preciso tomar cuidados na hora da escolha do estabelecimento e do prato, uma vez que refeições preparadas em más condições de higiene ou conservação podem trazer sérios riscos para a saúde. A salmonella é a causa mais frequente de infecções alimentares e trata-se de uma bactéria que pode estar presente em vários alimentos. A forma mais comum da transmissão da doença é por meio da ingestão de alimentos contaminados e dos maus hábitos de higiene. Segundo os especialistas, os alimentos que mais se encontram a bactéria salmonella são: ovos, maionese, frango cru, carnes bovina e suína, leite além de verduras e legumes mal lavados.
De acordo com a nutricionista Patrícia Zacharias, a salmonella é um tipo de bactéria que pode se proliferar principalmente através do manuseio dos alimentos. “Se você usa uma tábua para cortar alimentos crus, nunca deve utilizar a mesma para cortar alimentos cozidos, porque se o alimento cru estiver contaminado, contaminará os demais - o que chamamos de contaminação cruzada” afirma a nutricionista.
Como relação aos estabelecimentos alimentícios, a nutricionista declara que os consumidores devem se precaver para evitar a contaminação. “Em relação aos condimentos com maionese, ketchup ou mostarda identificar se estavam em refrigeração, pois não podem estar expostos em mesas por mais de duas horas em temperatura ambiente, o que torna alimento propício à bactéria e prejudicial à saúde”, explica.
O médico infectologista André Luiz Pirajá da Silva sinaliza que nos restaurantes, estes alimentos devem sempre ser mantidos em temperatura de resfriamento adequada, em torno de 10ºC para que não ocorra a proliferação da bactéria. “A salmonella gosta do calor e neste meio haverá condições para que ela se prolifere” relata.
Sintomas
Segundo o infectologista, a bactéria salmonella é comum em alguns ambientes. “Ao ser ingerida pelo ser humano, pode ocasionar náusea, vômito, cólica abdominal intensa e diarreia, que pode vir acompanhada de sangue. O tratamento consiste basicamente na administração de antibióticos específicos contra a salmonelose que deve ser prescrito por um médico especialista”, explica.
A salmonella é próxima à bactéria shigella, que também pode ser encontrada em ovos. Por este motivo, o médico infectologista orienta que não é viável consumi-los de forma crua, mas cozidos, porque a temperatura alta de cozimento também é uma forma de proteção.
A nutricionista explica que os sintomas podem surgir até 10 dias após o consumo do alimento contaminado e que eles dependem também da quantidade de alimento ingerido. Desta forma, se a pessoa ingeriu muito daquele alimento contaminado, serão mais fortes os sintomas.
Prevenção
A nutricionista destaca que, em casa, as medidas preventivas são semelhantes àquelas usadas contra outras doenças transmitidas por alimentos. Algumas condutas simples podem evitar a contaminação, que incluem o manuseio correto de alimentos; lavar sempre as mãos, antes, durante e depois de manipular ou consumir os alimentos, especialmente frutas e verduras; a carne deverá ser bem cozida ou assada; cozinhar bem os ovos e não consumir alimentos em lanchonetes e restaurantes que apresentem condições precárias de higiene e conservação.
De acordo com o médico infectologista, algumas pessoas podem ser portadoras das salmonellas e das shigellas. “Essas bactérias podem ficar condicionadas na vesícula biliar sem causar doença nenhuma. Essas pessoas, por meio de suas fezes, podem contaminar outras pessoas com hábitos de higiene inadequados, ou seja, a falta de lavar as mãos ou por falta saneamento básico adequado”, relata.