Gestores de organizações e empresários especificamente, com relação a certos temas que surgem no campo da Gestão, dos Recursos Humanos e até mesmo do Direito, no começo, como dizem, “não boto fé” e até um pouco desdenho por achar que se tratam de assuntos “da moda”. E como o tempo me mostra, por vezes também me engano, e com o tema “ESG” não tem sido diferente.
Então uma dica já: não desdenhem desse assunto, não o ignorem, informem-se, absorvam-o e o apliquem em suas organizações. Não é “moda”, é realidade, e vai chegar até aqui no interior; é apenas uma questão de tempo e as organizações que investirem na ideia terão maior competitividade perante as demais.
“ESG” é a sigla para Environment, Social e Governance, ou seja, Meio ambiente, Social e Governança corporativa, relativas a uma atuação empresarial sustentável de acordo com estes elementos.
As madeireiras brasileiras passaram a identificar e rastrear madeiras porque de um dia para o outro começaram a ter “consciência ambiental”? Claro que não. Isso ocorreu por pressão do “mercado”, especialmente externo - e já o interno também (!!) -, que passou a simplesmente não comprar mais madeira que não tivesse aquele valor agregado. Letra “E” (meio ambiente).
O mercado externo já deixa de importar produtos (e o interno, de comprar) de organizações que não respeitamos direitos trabalhistas de seus colaboradores e que se envolvem em “escândalos” nesta área como flagrantes de condição análoga de escravo, assédio moral e sexual, dentre outros. O mercado também tem deixado de adquirir de organizações que não respeitam a comunidade na qual estão inseridas, causando-lhe algum prejuízo coletivo como, por exemplo, uma propaganda enganosa. Letra “S” (Social).
Conversando com um colega semana passada ele me relatou que na empresa na qual trabalhava não conseguiria “fechar negócio” com uma empresa canadense (mercado!) se não apresentasse uma quantidade enorme de documentos que provassem que “sua” organização estaria “em dia” com suas obrigações contábeis e jurídicas. Letra “G” (Governança Corporativa).
“ESG” e o “mercado” provam que a sociedade em alguns lugares do mundo já mudou e que em outros está mudando ou vai mudar. Não haverá espaços para organizações que não se comprometam socialmente. São e serão “cobradas” pela sociedade e “mercado”, que só consumirão daquelas que tiverem uma nova visão da realidade e das relações comerciais. Não se trata mais apenas de prestar um serviço ou fornecer um produto e receber por eles. Já é e será muito mais.
Será acima de tudo uma questão de ética empresarial e social, a qual terá que ser adotada e aplicada pelas organizações.