Entre as dificuldades enfrentadas neste momento de pandemia, uma das que tem tirado o sono de muitas famílias é honrar com a mensalidade escolar dos filhos. Neste caso, a orientação do Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente e Região é negociar com as escolas. Foi o que fez o vendedor autônomo Fernando Mauro Gandini Palácio, 52 anos.
Com dificuldade para pagar a mensalidade da escola em que a filha Ana Beatriz, 15 anos, estuda, ele obteve apoio da diretoria do colégio. Como autônomo, a renda familiar de Fernando caiu cerca de 70%, entrando em casa apenas o valor que a esposa Luci Lene recebe como professora. Desde abril, ele percebeu que não teria condições de arcar, de uma vez, com a totalidade do valor da mensalidade, e decidiu negociar com os responsáveis pelo colégio.
“É uma relação de parceria”, ele enfatiza, pois foi ouvido e sua situação foi muito bem considerada. Com o acordo, Fernando pode ter tranquilidade na manutenção da educação de qualidade que sempre deu à filha. Uma preocupação a menos durante este período instável. “Foi aberto diálogo, negociação e esta deve ser boa para os dois lados. Eu entendo que, para a escola, os gastos foram mantidos com professores, além de estarem enfrentando inadimplência e terem que investir em tecnologia para as aulas remotas”, completa Fernando. Da mesma forma que a situação dele foi compreendida pela direção da escola, o autônomo teve empatia ao não deixar o motorista que faz o transporte escolar de sua filha na mão, mesmo não utilizando o serviço nesse período.
O método que Fernando usou para negociar com o colégio é, justamente, o que recomenda e orienta o Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente e Região, presidido por Antônio Batista Grosso, 72 anos.
A ÚNICA COISA QUE A ESCOLA NÃO PODE FAZER É DEIXAR DE ATENDER OS RESPONSÁVEIS. SEMPRE QUE PRECISAMOS DOS PAIS, ELES FORAM PARCEIROS, AGORA É MOMENTO DE AS ESCOLAS SEREM PARCEIRAS TAMBÉM
Antônio Batista Grosso
Segundo ele, o sindicato, em comum acordo com o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), decidiu que não haverá o não pagamento ou redução geral das mensalidades das escolas particulares. “Se fizer isso, fecham as escolas”, garante, ao afirmar que não há qualquer lei que imponha esta obrigação, até porque, conforme Antônio, os gastos das escolas continuam os mesmos, com o detalhe no investimento em tecnologia para realização das aulas à distância.
“O pai que tiver dificuldade financeira, a escola atende individualmente, conversam e chegam a um acordo. Aqui em Prudente tem dado certo, até agora não registramos reclamações”, aponta o presidente. “A única coisa que a escola não pode fazer é deixar de atender os responsáveis. Sempre que precisamos dos pais, eles foram parceiros, agora é momento de as escolas serem parceiras também”, reitera.