Escola serve para quê?

OPINIÃO - Paula Carneiro

Data 25/06/2024
Horário 05:00

Efésios 6:4: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”.

A princípio muitas respostas vêm à tona. Alguns acharão que é para preparar para a vida outros dirão que é para transmitir conteúdos. A escola é responsável pela socialização secundária, mais formal e distanciada das fragilidades emocionais da socialização primária ou familiar. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 19, diz que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. Pois os pais são os principais educadores de seus filhos e encontramos aí uma relação natural entre paternidade e educação que possibilita o aprender de modos, de valores, de costumes e tendências da sociedade em que vive. Filhos necessitam de segurança, de amor, de aceitação, fatores fundamentais para o desenvolvimento e crescimento do ser.
Mesmo assim algumas famílias acreditam que a escola e outras instituições sociais podem assumir essa função, terceirizam a ela a educação de seus filhos. Para Vasconcellos (1994) a família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela e cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família. 
Na escola há a oportunidade de conhecer a diversidade social, entender diferentes culturas, compreender o outro como semelhante, encontrar pessoas com o mesmo objetivo, porém diferentes no que diz respeito às ideias, valores e costumes, desenvolver habilidades necessárias à vida, construir competências, aprender novas tecnologias para o favorecimento do desenvolvimento humano.
Muitos são os problemas relacionados à educação primária como a pobreza, a violência doméstica, o alcoolismo, a desagregação dos casamentos, a droga, a ausência de valores, a permissividade, todos esses fatores afastam os pais da educação dos filhos. Sendo assim visualiza-se a necessidade do diálogo e parceria entre família e escola a fim de que a família e a escola sejam as mediadoras primordiais deste processo, apresentando e dando sentido ao mundo social da criança.
Cabe aos pais o resgate de valores e responsabilidade de bons modos e respeito ao próximo, cabe à escola formar pessoas capazes de construir conhecimentos e capacitá-las para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania, considerando os parâmetros da ética e da solidariedade, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) - enfatiza a necessidade de uma educação que possibilite a aquisição de conhecimentos e habilidades, incluindo, também, a formação de atitudes relativas a valores como finalidade da educação nacional.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina. São Paulo: Libertad, 1994.
 

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