No dia 10 de dezembro foi lembrado o Dia da Inclusão Social, conceito que também abrange o acesso ao sistema e aos serviços financeiros. Diante da representatividade da data, O Imparcial conversou com o head de marketing da Foregon, Israel de Castro, sobre como a era digital estimula o avanço da inclusão financeira por meio das fintechs (financial technology [tecnologia financeira, em português]), empresas incumbidas na solução de serviços financeiros através da tecnologia e que competem diretamente com o modelo tradicional bancário ainda prevalente no setor.
“Baseadas em tecnologia, as fintechs conseguem oferecer serviços mais acessíveis, normalmente com menor custo e burocracia aos seus clientes, competindo diretamente com as instituições bancárias tradicionais”, inicia o especialista.
Para Israel, o tema da inclusão financeira pode ser definido como a disponibilidade e igualdade de oportunidades de acesso a serviços financeiros. “Vemos dois principais objetivos: oferecer o acesso a produtos e serviços financeiros apropriados e acessíveis em diferentes camadas de consumidores, assim, contribuindo para o desenvolvimento de um sistema financeiro inclusivo, com fatores que proporcionam o desenvolvimento econômico de um país”, explica.
Segundo o head de marketing da Foregon, as fintechs são responsáveis por uma grande revolução, em conjunto com um movimento de transformação digital e foge da característica burocrática dos bancos tradicionais. “Para muita gente ainda, falar de banco ou acesso ao crédito, traz à cabeça os sistemas burocráticos e engessados que muitos bancos tradicionais ofereciam aos seus clientes em um tempo no passado. As fintechs têm rompido diversas barreiras, proporcionando o que há de mais inovador e acessível no sistema financeiro, assim, transformando a vida das pessoas”, indica Israel de Castro.
Com a tecnologia na palma da mão por meio dos smartphones e seus aplicativos, hoje em dia não é mais necessário ir até as agências físicas para abrir uma conta, efetuar pagamentos ou resolver problemas financeiros. Segundo o especialista, estes quesitos facilitam o acesso ao sistema financeiro mesmo às pessoas que moram distantes desses estabelecimentos.
Aproveitando dos aspectos dos avanços tecnológicos, as fintechs têm menos custos com estruturas físicas e isso faz com que as operações sejam mais baratas, ou até gratuitas, para o consumidor. Israel de Castro destaca que, neste sentido, um ponto importante é o baixo custo. “Hoje é comum encontrar contas digitais gratuitas e cartões sem anuidade, por exemplo”, destaca Israel.
Segundo o Instituto Locomotiva, são 16,3 milhões de pessoas desbancarizadas, ou seja, sem conta em banco; e outras 17,7 milhões sub-bancarizadas, pessoas que utilizam pouco ou não têm acesso aos produtos e serviços disponíveis no mercado.
Desse modo, conforme indica o especialista, está aí o público-alvo das fintechs: “O mercado financeiro digital cresce a cada dia. Um segmento está cada vez mais focado em oferecer uma melhor experiência aos consumidores. Em 2021, recebemos mais de 23 milhões de visitas de pessoas interessadas em conhecer e solicitar produtos financeiros em nosso marketplace”, indica o head de marketing da Foregon.
Para Israel de Castro, as fintechs possuem dois grandes desafios para alcançar este público desbancarizado. “Um cultural, precisamos falar mais sobre dinheiro e isso começa em casa”, recorta. “O outro, seria continuar insistindo no nosso propósito de descomplicar os bancos. Oferecer conteúdos simples e sem asteriscos”, completa.