A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente finalizou ontem o trabalho de prevenção à febre amarela, no bairro Terras de Imoplan. No local, houve recolhimento de larvas de mosquitos, bem como nebulização. A medida foi tomada depois que um macaco foi encontrado morto na semana passada, por um morador. Em balanço parcial, o órgão informou encontrou mais de 30 criadouros de larvas, em 200 casas vistoriadas. O índice é considerado preocupante, haja vista a média considerável é de um foco para cada 100 imóveis. Todo material é analisado para checagem da possível presença do Haemagogus, transmissor da febre amarela silvestre. Até o momento nenhuma amostra deu positivo para ele, mas para o Aedes aegypti.
Com isso, a VEM expandiu para um raio de 400 metros a área coberta pelo serviço de nebulização, que também terminou ontem. O supervisor de trabalho de campo da Vigilância, Agnaldo Rogério Paulino, explica que o mosquito não se distancia do local onde nasce e, por isso, o raio de trabalho comum é de 200 metros.
No entanto, no bairro, os maiores problemas encontrados pelas equipes foram com restos de material em desuso e armazenados nos quintais, bem como caixas d’água abertas, que se tornam criadouros dos mosquitos. As larvas foram recolhidas e estão sob análise, prevista para ser finalizada terça-feira. Agnaldo pontua que nas amostras analisadas até o momento foi notada a existência do Aedes, mas nenhuma do Haemagogus. Esse tipo de doença atinge áreas de matas.
O corpo do macaco segue no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), aguardando resultado da análise da causa da morte, sem previsão. A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) realizou captura de mosquitos na parte da mata no Terras do Imoplan para checar os tipos existentes. “O cenário é preocupante, porque também têm as outras doenças, como dengue, chikungunya e zika vírus. A recomendação principal é tomar a vacina contra a febre amarela, mas também que os moradores cuidem de sua própria residência, sem deixar água parada”, indica Agnaldo.
O cenário é preocupante, porque também têm as outras doenças, como dengue, chikungunya e zika vírus
Agnaldo Rogério Paulino,
supervisor de trabalho da VEM
Nas ruas
Para o serviço de nebulização, estiveram envolvidos 16 funcionários da VEM, que percorreram 14 quarteirões, conforme informado pelo agente de combate às endemias, Rafael Orbolato, que estava à frente dos trabalhos. Ele explana que o inseticida é de baixa toxidade, ou seja, mata apenas os mosquitos adultos, no momento em que é pulverizado, e é inofensivo aos humanos e demais animais. “Vamos tentar diminuir ao máximo o índice de focos”, destaca.
A primeira casa visitada foi da Iodete do Carmo Gomes, 54 anos, que se diz preocupada com a doença, assim como seus vizinhos. Para ela, falta conscientização dos munícipes em relação à atualização da caderneta de vacinação e cuidados para não deixar água parada. “As pessoas estão preocupadas, mas também é um pouco de descaso delas próprias. Ainda bem que eu e minha família já tínhamos a vacina, desde 2008. Sempre pensamos que todas as vacinas são importantes”, declara.