Iniciamos no dia 5 de outubro, a Campanha de Vacinação de Poliomielite e Multivacinação, num grande esforço do governo do Estado de São Paulo e das prefeituras para atualizar as cadernetas de vacinação de crianças em seus primeiros meses de vida a adolescentes de até 14 anos.
A pandemia de Covid-19 fez com que este ato, de grande responsabilidade e de zelo pela saúde desta nova geração de cidadãos, fosse posto em segundo plano até mesmo pelos pais mais atentos e cuidadosos, o que foi compreensível neste momento desafiador - afinal, pedimos a todos para ficarem em casa - mas que agora temos a oportunidade de rever e aprimorar.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o índice ideal de imunização varia entre 90% e 95%, mas segundo dados atualizados do PNI (Programa Nacional de Imunização) até outubro deste ano, a cobertura vacinal entre as crianças, por exemplo, não passou de 57%.
Por isso, até o dia 30 de outubro, os postos de vacinação do SUS (Sistema Único de Saúde) estão oferecendo 14 tipos de vacinas gratuitamente.
As doses disponibilizadas protegem contra cerca de 20 doenças, como a paralisia infantil (vacina de poliomielite oral e intramuscular), tuberculose (vacina BCG), diarreia (vacina do rotavírus), difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, gripe Influenza B (vacina pentavalente), pneumonia (vacina pneumocócica), meningite (meningocócica), difteria, tétano coqueluche e meningite causada pela bactéria Haemophilus (vacina DTP), sarampo, caxumba e rubéola (vacina tríplice viral), câncer de colo de útero e verrugas genitais (vacina de HPV), além de febre amarela, varicela e hepatite A.
A partir deste ano, o calendário vacinal também conta com uma nova vacina: a Meningo ACWY, que até então só era acessível pela rede privada e foi incorporada ao SUS, permitindo a proteção de mais pessoas contra a meningite e infecções causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y.
Embora tenhamos depositado nossa atenção à prevenção e combate à Covid-19, não podemos menosprezar as outras doenças. A vacinação é o meio mais eficaz de nos protegermos contra patologias graves e é essencial mantermos este foco. No ano passado, nenhuma das vacinas para crianças atingiu a cobertura ideal e o Brasil também perdeu o certificado de erradicação do sarampo. Intensificamos a vacinação contra esta doença em SP, mas ainda assim houve 17 mil casos da doença e 18 mortes. Neste ano, foram registrados 822 casos e um óbito.
De acordo com a pesquisa realizada pela Ipsos para o Fórum Econômico Mundial, 88% dos brasileiros disseram que tomariam hoje a vacina contra a Covid-19, se ela estivesse disponível. É o tipo de compreensão e entusiasmo que precisamos resgatar com todas as nossas vacinas e que fez do nosso Programa Nacional de Imunização uma referência no mundo e um exemplo de compromisso com a saúde de todos.