Em meio à escalada global de contaminação e de mortes causadas pelo novo coranavírus - até ontem no Brasil, eram mais de 2,2 milhões de infectados e mais de 84 mil mortes - laboratórios e institutos de pesquisa do mundo todo correm contra o tempo na busca pela vacina contra a Covid-19.
Diversas notícias relacionadas ao assunto e divulgadas constantemente neste diário têm enchido nossos corações de esperança. Nesta semana, em um dia que deve entrar para a história do país, uma carga com 20 mil doses da vacina CoronaVac veio da China e começou a ser aplicada em voluntários da área da saúde do Hospital das Clínicas, na capital paulista. Além de São Paulo, pessoas de outros cinco lugares do país - Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná – que se candidataram aos testes também serão vacinadas. A estimativa é concluir todo o estudo da fase 3 de testes em até 90 dias. Comprovado o sucesso da mesma, que é desenvolvida pela farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan, ela começa a ser produzida a partir do início do ano que vem.
Também nesta semana, uma informação ganhou destaque em nossas páginas e mobilizou as redes sociais: a vacina experimental feita em uma parceria entre a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca se mostrou segura e produziu resposta imune em voluntários saudáveis que participaram de ensaios clínicos iniciais. Ela é uma das mais avançadas entre as candidatas na corrida pela imunização contra o Sars-CoV-2, e já está na fase 3 de testes, a última etapa antes da comercialização.
Para completar a lista das boas notícias, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o teste de mais duas vacinas para Covid-19, em desenvolvimento pela Pfizer em conjunto com a BioNTech. Devem participar 29 mil voluntários, sendo 5.000 deles do Brasil, distribuídos em São Paulo e na Bahia.
Não restam dúvidas de que a busca pela vacina segue em ritmo acelerado. Os resultados preliminares têm sido vistos com otimismo. Mas precisamos estar cientes de que ela dificilmente chegará neste ano e, até lá, nestes meses de espera, a Covid-19 seguirá fazendo vítimas. Enquanto a imunização não chegar aos postos de saúde, o isolamento social continua sendo a única forma de se prevenir.
Já foram mais de quatro meses de quarentena, desde que começou a pandemia. E se for preciso esperar mais tempo, seguindo todas as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) - fazendo o uso de máscaras e álcool em gel, saindo só quando necessário -, vamos esperar. A vida é o que temos de mais importante, agora e sempre.