O segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2024 teve dificuldade média, de acordo com professores ouvidos pela reportagem de O Imparcial. Neste domingo (10), os estudantes testaram conhecimentos sobre as Ciências da Natureza (química, física e biologia) e de matemática.
Os candidatos tiveram cinco horas para responder a 90 questões objetivas. Eles só puderam sair da sala após duas horas do início das provas.
“A prova de biologia apresentou uma diversidade menor de conteúdos, comparado com os anos anteriores, mas sem deixar de abordar temas clássicos como ecologia e genética”, comenta a professora de Biologia, Milene Roldão, do Sistema Único/Poliedro de Presidente Prudente. Ela acrescenta que, assim como em outras áreas do conhecimento, as questões exigiram interpretação de texto e atenção na leitura. “Muitas respostas dependiam de detalhes presentes no enunciado. Atenção e tranquilidade certamente foram fatores decisivos para a escolha da alternativa correta”.
Para a professora de Matemática, Rute Fernandes dos Santos, do Colégio Genesis (Objetivo) de Álvares Machado, a prova exigiu mais interpretação que nos anos anteriores. “Comparando as questões de matemática com os anos anteriores, essa prova exigiu mais interpretação. Sobre geometria havia orientado os alunos para ficarem focados em algumas fórmulas importantes, mas usar em outras questões o raciocínio lógico, não se prender somente às fórmulas”.
Os professores de Química do Sistema Único/Poliedro de Prudente disseram que a prova deste domingo exigiu muita interpretação dos estudantes. “Além do teor conteudista, a interpretação também apareceu de forma crucial para a resolução das questões somada à interdisciplinaridade das áreas de biologia, química e física. Porém, as matérias seguiram as tendências dos anos anteriores. Os assuntos mais recorrentes predominaram nas questões, o que é bom para os alunos, pois todos os anos trabalhamos e focamos em química orgânica e estequiometria, por exemplo”, expõe o professor José Marchetti.
“Ano a ano vem aumentando a exigência de conteúdo para a resolução da prova, e, além disso, os exercícios que envolveram cálculos não foram tão fáceis para o tempo que o aluno tem para cada questão. Para os alunos com domínio de conteúdo, as questões estavam num nível médio, dentro do esperado. Como todo Enem, tinha também questões fáceis, e algumas que envolviam um pouco mais de raciocínio”, acrescenta o professor Paulo Sergio Maganino.
O professor de Biologia da Escola Champagnat, Luis Fernando Xavier Gasqui, diz que a prova foi equilibrada. “Foi uma prova de grau mediano de dificuldade, com assuntos nas áreas de fisiologia humana, citologia, impactos ambientais, doenças. A prova condiz com aquilo que a gente prepara os nossos alunos ao longo do ano e a gente tem uma convicção que realmente eles podem ter ido muito bem”.
Para muitos dos estudantes que participaram do Enem, a jornada de provas para a temporada de vestibulares está só começando. A nota do Enem é a base para o ingresso em instituições de ensino superior públicas ou privadas, por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), e de iniciativas como o Prouni (Programa Universidade para Todos).
Os resultados são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). No entanto, as normas de cada programa definem quais edições do Enem são aceitas. Por exemplo, o Sisu costuma aceitar apenas a nota do Enem mais recente, enquanto o Prouni costuma aceitar a nota da edição atual ou da anterior. Já o Fies aceita a nota de qualquer edição do Enem após 2010.
Para esses estudantes que vão prestar outros vestibulares, os professores passaram algumas orientações.
“Ter calma, descansar, na medida do possível, e confiar no que foi feito até aqui. Usar da experiência do Enem como um recurso a mais para a reallização de provas futuras. Além de contar com um bom repertório de estratégias e conteúdo”, orienta a professora Milene Roldão.
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Professora de Biologia, Milene Roldão
“Essa prova é e sempre será uma prova de preparação para os vestibulares. Lembrando que o conhecimento e, principalmente, as emoções, são fatores determinantes para o sucesso em todas as provas”, acrescenta a professora Rute Fernandes dos Santos.
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Professora de Matemática, Rute Fernandes dos Santos
“A partir de agora, as dicas são: além do estudo para outros tipos de prova dos vestibulares [Unesp, UEL, PAS, Unicamp], focar na resolução das provas anteriores e nos assuntos mais pedidos nos editais. É importante que os alunos se dediquem ao prazo de abertura do Sisu para verificar o curso de preferência. Também é bom revisar as questões que erraram e entender as dificuldades”, pontua o professor José Marchetti.
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Professor de Química, José Marchetti
“É muito estudo e atenção aos detalhes, pois as provas são extensas, exigindo concentração e conhecimento. Dedique e estude o máximo que puder do seu tempo”, afirma o professor Paulo Sérgio Maganino.
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Professor de Química, Paulo Sergio Maganino
“Já temos aí, no dia 15, o vestibular da Unesp, e depois já vem a primeira fase da Fuvest, então, a dica é: continuem mantendo o foco, continuem acreditando em tudo aquilo que lhes foi entregue durante o ano, tudo o que foi compartilhado na sala de aula que, certamente, terão êxito. Façam as provas com bastante convicção, com calma, tranquilidade emocional, tomando cuidado com o tempo, dormindo bem na noite anterior, que essa maratona será vencida por vocês”, completa o professor Luís Fernando Xavier Gasqui.
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Professor de Biologia, Luís Fernando Xavier Gasqui
O gabarito oficial do Enem, que estava previsto para ser divulgado no dia 20 de novembro, conforme edital, deve ser antecipado para esta semana, segundo informou o Ministério da Educação. Já o resultado com as notas individuais deve ficar disponível a partir de 13 de janeiro de 2025.
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