A empresa Wellfield Serviços Geofísicos do Brasil Ltda. iniciará neste mês o mapeamento de 450 km (quilômetros) de estradas e rodovias que abrangem municípios do oeste paulista, dentre eles Presidente Venceslau, Piquerobi, Santo Anastácio, Ribeirão dos Índios, dentre outros. O trabalho visa identificar estruturas geológicas favoráveis à acumulação de petróleo e gás.
Os dados são coletados pela Wellfield e, posteriormente, comercializados a operadoras para análise e eventual perfuração de poços. Atualmente 12 técnicos da empresa se encontram na cidade aguardando pela chegada do maquinário, que virá do Paraguai. O trabalho deve durar 45 dias se não houver nenhuma intercorrência como chuva ou quebra de equipamentos, por exemplo.
Conforme a Wellfield, mais de cem pessoas participarão do mapeamento que interpreta as formações geológicas para analisar a viabilidade de perfurações. A região foi escolhida para a realização do estudo, pois se encontra sobre a Bacia do Paraná, que abrange sete Estados do país, incluindo o de São Paulo.
As bacias sedimentares possuem tendência maior de acumulação de petróleo e gás, se tornando "foco" das empresas que realizam mapeamentos geofísicos. No entanto, algo que pode prejudicar o levantamento de dados, no entanto, é a camada de basalto que impede a verificação com clareza das informações.
O chefe de gabinete da Prefeitura de Presidente Venceslau, Élcio Júnior, ressalta que a administração municipal está ansiosa pela realização do estudo, na torcida de que estruturas favoráveis sejam encontradas na microbacia que envolve a cidade. "Quando a empresa iniciou as vistorias nas casas, as pessoas se assustaram inicialmente, mas quando divulgamos o objetivo da pesquisa, toda a população se engajou na expectativa", afirma. Ele ressalta que estudos preliminares indicaram a possibilidade de petróleo na região e que haverá uma grande transformação econômica na região se o fato se concretizar, com uma potencial melhora na qualidade de vida.
Marco Antônio Pereira da Rocha (PSDB), prefeito de Regente Feijó e presidente da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema), afirma que o trabalho de pesquisa já é visto com bons olhos por consistir em um indicativo da possibilidade de que os recursos naturais possam ser encontrados nas estruturas das cidades da região. "Sem dúvida seria um divisor de águas no cenário econômico, pois sabemos da riqueza que movimenta a exploração petrolífera. Viveríamos em outra realidade", declara.
Como é feita a pesquisa
A pesquisa sísmica realizada na Bacia Sedimentar do Paraná possui autorização da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e consiste em um estudo para conhecer o subsolo, ou seja, as camadas de rochas que ocorrem embaixo da terra. Os dados são coletados por caminhões vibradores, que possuem equipamentos especiais que geram ondas sonoras que penetram no subsolo. Essas ondas retornam para a superfície e assim é possível obter uma imagem das rochas embaixo da terra.
O principal benefício, de acordo com a ANP, é de que as imagens geradas poderão revelar áreas favoráveis para acumulação de petróleo. Essas áreas poderão ser colocadas nos leilões de petróleo e gás natural e, a partir daí, atrair muitos investimentos, criando postos de trabalho e riquezas para os municípios.
