O número de emplacamentos de veículos em Presidente Prudente teve uma que de 24,02% em 2020. Pelo menos é isso que mostra os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), quando comparados com a quantidade do mesmo procedimento realizada em 2019. Em números, isso quer dizer que, de um ano a outro, menos 1.391 automóveis foram emplacados.
Isso porque, como pode ser visto na tabela, em 2019, levando em conta todos os tipos de veículos, 5.792 emplacamentos foram realizados. Já em 2020, o número ficou em 4.401. E uma vez que a quantidade incida diretamente na venda de veículos novos e usados, o saldo pode ser utilizado para analisar o desempenho da comercialização ao longo dos períodos.
Comercialização essa que deixou a desejar, a julgar pela quantidade de emplacamentos. Ao olhar os números da Fenabrave, por exemplo, os únicos que foram na contramão da queda são os grupos dos ônibus, implementos rodoviários (reboques, semirreboques e carrocerias), que possuem um menor percentual no todo. Por outro lado, a maior queda foi no número de caminhões, sendo -37,17% e automóveis, com -31,64%.
Para quem lida diariamente com o assunto, a venda de veículos, a pandemia foi a principal causa para o cenário crítico. Na Barros Veículos, por exemplo, o proprietário Jackson Barros destaca que foi um mix de decepções. Pois, segundo ele, até março, quando não havia uma crise na região por conta da pandemia, o mercado vinha aquecido desde 2019, então, a expectativa para o ano era exatamente outra. “Tudo fechado, não tinha muito que fazer. O principal medo do consumidor era em relação a perder o emprego”, diz. Ele destaca ainda que no início de 2020 os juros também estavam menores, por isso o que se imaginava era um cenário totalmente oposto.
E não que os juros não tenham caído ao longo desse período de isolamento social. Muito pelo contrário. O proprietário da Diretta Veículos, Pascoal Dinis Navarro Junior, destaca a palavra incerteza. “Mesmo com a redução de juros, o medo em saber se ia conseguir manter o emprego ou não tomou conta, e assim refletiu muito nas vendas”, pontua.
E agora, a preocupação é ainda maior, pois Pascoal faz questão de citar que o governo do Estado aprovou o aumento da ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), no que tange ao percentual de redução de base de cálculo para saída de veículos novos e usados a partir de 15 de janeiro. “É um problema muito grande. Vai impactar de forma que não vou conseguir absorver isso financeiramente”, cita.
Sobre o assunto, a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) chegou a publicar um comunicado mencionando as dificuldades. No final do documento, a entidade lamenta e afirma que “esse brutal rejuste trará consequências gravíssimas para as 12,5 mil lojas multimarcas e 1,4 mil concessionárias que atuam no Estado, prejudicando os negócios dos quase 300 mil profissionais que atuam no comércio de veículos usados”.
Vale lembrar, conforme o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), que desde janeiro de 2020 os veículos são emplacados com a placa do padrão Mercosul. “O serviço é realizado pelas empresas credenciadas pelo Detran-SP, conforme Resolução 780/2019, do Contran [Conselho Nacional de Trânsito], válida para todos os estados do país”.
EMPLACAMENTO DE VEÍCULOS EM PRUDENTE
Segmentos |
2019 |
2020 |
Variação (%) |
Autos |
3.274 |
2.238 |
-31,64 |
Comerciais leves |
578 |
486 |
-15,92 |
Caminhões |
113 |
71 |
-37,17 |
Ônibus |
9 |
41 |
355,56 |
Motos |
1.502 |
1.223 |
-18,58 |
Implementos Rodoviários |
54 |
74 |
37,04 |
Outros |
262 |
268 |
2,29 |
TOTAL |
5.792 |
4.401 |
-24,02 |
Fonte: Fenabrave