Após a Petrobras anunciar, na terça-feira, o fim do PPI (Preço de Paridade Internacional) e a consequente redução em R$ 0,44 por litro do preço médio do diesel para as distribuidoras, que passou de R$ 3,46 para R$ 3,02, e em R$ 0,40 para o preço médio da gasolina, passando de R$ 3,18 para R$ 2,78, valor pago pelas distribuidoras, a reportagem de O Imparcial realizou um novo levantamento do preço dos combustíveis em Presidente Prudente. A ronda anterior efetuada por este periódico ocorreu em 30 de janeiro do corrente ano.
O preço médio da gasolina no município voltou a subir em relação à pesquisa do dia 30 de janeiro. O atual valor médio da gasolina ofertado nas bombas é de R$ 5,25: R$ 0,16 mais caro do que em relação ao final de janeiro, quando o preço era de R$ 4,99 na média. O etanol teve alta irrisória de R$ 0,01 em relação ao valor médio do último levantamento: R$ 3,44 em janeiro; R$ 3,45 atualmente.
No entanto, a queda do diesel é a mais significativa e já registrada nas bombas dos postos de combustíveis de Presidente Prudente. O valor médio deste combustível caiu R$ 0,94. Em 30 de janeiro, o preço médio do diesel era R$ 6,24, já nesta sexta-feira o valor na média era de R$ 5,30.
Confira na tabela abaixo o comparativo dos valores praticados em 30 de janeiro e 18 de maio deste ano:
PREÇOS NAS BOMBAS
|
30 de janeiro de 2023 |
18 de maio de 2023 |
||||
Estabelecimentos |
Gasolina (R$) |
Etanol (R$) |
Diesel (R$) |
Gasolina (R$) |
Etanol (R$) |
Diesel (R$) |
A |
5,17 |
3,57 |
* |
4,66 |
3,22 |
* |
B |
4,93 |
3,42 |
6,13 |
5,49 |
3,49 |
5,39 |
C |
5,17 |
3,59 |
6,44 |
5,47 |
3,57 |
5,19 |
D |
4,59 |
3,09 |
5,89 |
4,89 |
3,39 |
4,94 |
E |
4,99 |
3,49 |
6,29 |
5,67 |
3,59 |
5,69 |
F |
5,09 |
3,49 |
6,49 |
5,37 |
3,49 |
* |
Valor médio |
4,99 |
3,44 |
6,24 |
5,25 |
3,45 |
5,30 |
Fonte: Consulta aos postos de combustíveis
O professor de Economia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), Alexandre Bertoncello, relata que o valor dos combustíveis irá cair em Presidente Prudente e relata que a queda já registrada nas refinarias não é sentida ainda no bolso do consumidor por conta de o combustível ser um produto inelástico e os estoques, provavelmente, ainda serem grandes. “Quem está ali na ponta [donos dos postos], para não perder dinheiro, acaba só repassando o valor quando chega o produto novo e vai fazendo isso pela média”, relata Bertoncello, que vê isso como uma ação normal dos donos de postos de combustíveis.
Para o especialista, a queda dos preços será, de fato, sentida pelos consumidores nos próximos meses. “É uma política de governo. Então, ele [Lula] vai colocar isso na canetada e vai continuar reduzindo. Creio que vai ajudar muito na inflação, mas a longo prazo pode ter consequência mais à frente, como acontece na Argentina, com a escassez de combustíveis”, pontua Alexandre ao relatar uma ida até a fronteira com o país albiceleste, onde, segundo ele, havia um limite de abastecimento de gasolina por veículo por conta do cenário de falta de combustíveis.
Segundo o professor, em síntese, a queda em Prudente não ocorreu ainda “devido ao pano de fundo oligopolizado” dos postos de gasolina no município, que irá esperar o estoque antigo acabar. Outro ponto citado por ele é que, a longo prazo, caso o preço do petróleo dispare, há um risco de escassez de combustíveis no país. “No médio prazo, teremos combustíveis mais baratos. Caso o preço do petróleo não dispare, não vejo muitos problemas para este ano”, prevê Bertoncello.