Presidente Prudente trabalha com a demanda de 5.000 pessoas que aguardam a casa própria. A gestão atual, em parceria com o governo federal, entregou, desde 2009, 1.121 moradias, distribuídas nos conjuntos Tapajós, Bela Vista, Cremonezzi e jardim Panorâmico. E estão em fase de finalização as obras de mais 2.368 casas no João Domingos Netto (próximo ao Morada do Sol). "Em nosso entendimento, diante dos números, o deficit de moradia pode ser considerado praticamente zerado", expõe Laércio Batista de Alcântara, titular da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação).

Aposentada Alvanira Lins aguarda chaves da casa própria

Alcântara enfatiza que em 1990 a cidade contava com 53 favelas. De acordo com ele, administrações anteriores efetuaram a regularização de alguns terrenos, sendo que atualmente são quase 15 mil lotes urbanizados.

O secretário comenta que o município é "pioneiro" nessa parceria com o governo federal em beneficiar quem se encaixa na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, que tem renda mensal de até R$ 1,6 mil. Segundo ele, essa classe "nunca foi atendida por nenhum projeto neste sentido" e tendo a certeza de que se apenas ofertasse o terreno, a pessoa não conseguiria construir, os conjuntos foram uma opção. "Esse trabalho vem baixando o deficit habitacional cada vez mais. As moradias são para as pessoas que realmente precisam, que têm poucas condições financeiras. Por isso, a prestação subsidiada entre R$ 49 a R$ 50, durante seis anos", expõe Alcântara.

O chefe da pasta valoriza as construções dos conjuntos habitacionais na zona norte, próximas ao Brasil Novo, uma vez que levou desenvolvimento e revitalização econômica à região. "Só para montar um projeto desses são necessários cerca de quatro anos. Atrás de um conjunto seguem outras benfeitorias, como novas ruas, avenidas, escolas, creches e fomento ao comércio local", destaca. O programa atende ainda a faixa 2, que compreende até seis salários, e a faixa 3, de 6 a 10 salários. Porém, a negociação é feita diretamente na CEF (Caixa Econômica Federal).

 

Como participar

As pessoas que são devidamente registradas no CadÚnico (Cadastro Único da Assistência Social), automaticamente, já participam do benefício da casa própria. Atualmente, segundo o secretário, são cerca de 16 mil. Mas isso não significa que todas ainda não têm casa própria. "Em novembro do ano passado, no último sorteio, 8.000 inscrições estavam disponíveis. Depois, com a triagem, esse número diminuiu pela metade. Lembrando que os que não são sorteados ficam para suplência automaticamente. Quem ainda não é cadastrado nos procure", orienta Alcântara.

 

"Um sonho"

A aposentada Alvanira Gazoli Lins, 62, está feliz, pois após toda a vida pagando aluguel, aguarda as chaves de sua nova casa. "Fui sorteada no Cremonezzi. Estou muito feliz, porque sei que pagarei por algo que será meu", diz, satisfeita.

A agente de manutenção, Nayara Raquel Rocha de Souza, 19, que era cadastrada no Bolsa Família, diz que vai em busca de informações, pois ao tentar se cadastrar foi impedida. "Não sei o motivo deste impedimento, então, vou procurar a prefeitura para saber melhor", fala.

O aluguel ainda faz parte das despesas mensais da cozinheira Sandra Jurazeky da Silva, 42. "Já tentei me cadastrar várias vezes, mas nunca consegui. Vou ver essa questão da renda e tentar realizar esse sonho mais uma vez", comenta.