No mesmo dia em que Presidente Prudente recebeu o Feirão do Emprego, realizado pela Sert (Secretaria Estadual de Emprego e Relações de Trabalho) durante toda a manhã e parte da tarde de quarta-feira, com o objetivo de encaminhar 330 pessoas para o mercado de trabalho, o Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou o nível de emprego regional da categoria, que mostra que a região registrou um saldo negativo de 700 postos de trabalho no mês de outubro, consolidado como o pior déficit do ano. Embora especialistas defendam a retomada gradual da economia brasileira, o que se vê, na prática, é que os reflexos da crise financeira ainda impactam diretamente o funcionamento das empresas (que se não desligam colaboradores, pelo menos deixam de contratar) e a vida da população, a qual se desdobra diariamente para conseguir uma colocação.
Em relação aos números aqui apontados, ainda que as empresas já comecem a abrir novas oportunidades de trabalho para pessoas desempregadas, é possível observar que a oferta de vagas não supera a diminuição de postos e muito menos o número de pessoas com a necessidade de trabalhar e garantir seu sustento. Ontem, cerca de 4,5 mil munícipes chegaram a passar pelo PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), o que significa, conforme a manchete da edição anterior deste periódico, uma proporção de 12 candidatos por vaga. Se considerarmos que todas as 330 colocações oferecidas sejam ocupadas por cidadãos que se cadastraram no local, 4.170 ainda estarão desempregados. E este total, certamente, nem corresponde à realidade do município.
O cenário não é só lamentável, como preocupante, pois revela que estas mesmas pessoas podem estar com dificuldades para pagar suas contas, ajudar na manutenção do lar e estabelecer planos e metas para a sua vida pessoal e profissional, já que não dispõem de um emprego que lhe garantam dignidade e direitos efetivos. Enquanto a nossa economia permanecer instável, estagnada ou avançando um passo, mas recuando dois, o que nos resta é torcer por dias melhores, mais estratégias do poder público para o fomento do emprego e geração de renda e, claro, mais feirões para a comunidade, os quais, apesar de não atenderem a demanda total do município, já colaboram para aliviar o problema.