Os casos de caxumba, doença causada por um vírus e caracterizada pelo inchaço das glândulas laterais do pescoço, voltam a preocupar em Presidente Prudente. De janeiro a maio deste ano, o número de diagnósticos nos dois maiores hospitais do município já supera o dobro do total de casos no ano passado inteiro. Enquanto foram registradas 39 ocorrências nos 12 meses de 2015; de janeiro a maio deste ano, a soma é de 89 notificações. No mesmo período do ano anterior, foram registradas dez ocorrências. Procurado, o secretário municipal de Saúde, Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, ressalta que, diante da disseminação de informações sobre a vacina contra a caxumba, "este número é alto e não deveria existir, portanto, pode ser considerado um surto".
Vacina contra caxumba é gratuita e pode ser encontrada em UBSs
Conforme dados emitidos pelo HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, nos cinco primeiros meses deste ano, o ambulatório do hospital computou 42 casos contra três no mesmo período de 2015. Já no balanço divulgado pela Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, o quadro de diagnósticos apontou 47 casos de janeiro a maio deste ano, contra sete nos cinco primeiros meses do ano passado. O levantamento envolve casos de caxumba com ou sem complicações ou que se originaram a partir de outras doenças, como encefalite e pancreatite.
Segundo a Assessoria de Imprensa da santa casa, não há uma razão definida para o crescimento expressivo dos casos da enfermidade. "O que pode explicar este aumento é o fato de pessoas adultas não terem tomado o reforço da vacina. Por conta disso, acabaram desenvolvendo a doença. Muitas que foram imunizadas também podem ter desenvolvido, porém, de uma forma mais branda", informa.
O infectologista André Luiz Pirajá da Silva conta que a inflamação de gânglios na região do pescoço é recorrente e pode ser causada por diversas infecções, portanto, nem todo inchaço no pescoço implica caxumba. "Esta doença é a inflamação de uma glândula salivar chamada parótida e é transmitida por um vírus presente na saliva e no espirro. Caso haja sintomas como dor e febre, a pessoa deve procurar um especialista, que fará o exame visual. Há o teste de sorologia, no entanto, como o resultado é demorado, o exame clínico já é capaz de diagnosticar a patologia", esclarece.
O especialista afirma que a caxumba é, frequentemente, uma doença benigna e deve desaparecer após algumas semanas. "Do mesmo jeito que vem, ela vai embora", frisa André Pirajá. Em alguns casos especiais, algumas complicações podem aparecer, mas o médico ressalta que o repouso é a melhor forma de evitá-las. "É importante, por exemplo, que o paciente não pratique exercícios, pois o esforço físico pode provocar o inchamento dos testículos e ovários", recomenda.
O infectologista destaca que a melhor forma de prevenir a transmissão da caxumba é fazendo a higienização adequada das mãos, evitando o contato com as pessoas doentes e tomando a vacina, que pode ser encontrada em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde) do município.
Prevenção
A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) alerta que a vacinação contra a caxumba é necessária. De acordo com o órgão, a tríplice viral previne o indivíduo contra o sarampo, a rubéola e a caxumba. Para ser considerada imunizada, a pessoa deve ter tomado duas doses na vida. "A consulta à caderneta de vacinação é a melhor maneira de saber se a imunização está em dia", orienta a VEM.
CASOS DE CAXUMBA EM 2016
SANTA CASA HR
JANEIRO 9 9
FEVEREIRO 13 7
MARÇO 2 3
ABRIL 11 15
MAIO 12 8
TOTAL 47 42
Fonte: Hospitais
CASOS DE CAXUMBA EM 2015
SANTA CASA HR
JANEIRO 2 1
FEVEREIRO 2 0
MARÇO 2 0
ABRIL 1 1
MAIO 0 1
JUNHO 1 1
JULHO 0 3
AGOSTO 0 0
SETEMBRO 0 0
OUTUBRO 2 0
NOVEMBRO 0 0
DEZEMBRO 13 9
TOTAL 23 16
Fonte: Hospitais