Em 2025, abra uma  janela para a luz      

OPINIÃO - Aldir Guedes Soriano

Data 31/12/2024
Horário 06:40

No apagar das luzes do ano de 2024, ficamos perplexos com a notícia do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, deixando mortos, desaparecidos e toneladas de ácido sulfúrico nas águas do Rio Tocantins. A tragédia reflete o caos e a gravidade da atual crise brasileira. O nível de indignação e decepção atingiu um patamar inimaginável. O clima é de descrença, desconfiança, decepção e medo do futuro. A indignação só não é unânime, entre outros motivos, devido à Síndrome de Estocolmo. 
Como se percebe, a picanha não chegou, o dólar disparou e a inflação acelerou. Em 2025, atingiremos o ápice na cobrança de impostos. Pagaremos o IVA mais caro do mundo. O Estado inchou muito nos últimos anos assim como os gastos públicos. Estamos no topo do mundo na cobrança de impostos, no desperdício do erário e na corrupção. Enquanto você lê esta matéria, há muitas pessoas sofrendo: injustamente encarceradas ou no exílio. 
Parece que as nossas autoridades mergulharam a nossa nação nas trevas da injustiça, da censura e da arbitrariedade; a sociedade está perdendo a confiança nas instituições que deveriam salvaguardar a Constituição e proteger os direitos fundamentais do cidadão. Somos uma sociedade amedrontada. As pessoas estão com medo de se expressar em público e nas redes sociais. Entramos na era do obscurantismo ou de caça às bruxas? Teremos que viver o resto da vida consultando o oráculo estatal: uma espécie de “ministério da verdade” orwelliano ou sendo constantemente observados por sistemas de monitoramento, financiados com o dinheiro público?  
O Brasil está indignado com a relativização dos direitos e garantias constitucionais. Recentemente, exigiu-se de um cidadão em liberdade condicional, autorização judicial para ir ao hospital a fim de receber urgente tratamento médico. Primeiro, ele foi preso; depois ele foi chamado para dar explicações, no estilo da Rainha de Copas que sempre exigia a execução antes do julgamento.
Diante da crise instalada, muitas vozes não se calaram e se ergueram como grandes defensoras da liberdade de expressão, do devido processo legal e de outras garantias constitucionais. Entre elas, merecem destaque, nesse momento, as destemidas vozes do presidente eleito da seccional paulista da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Leonardo Sica; do renomado jurista brasileiro Ives Gandra da Silva Martins; e do grupo pró-liberdade Lexum, formada por destacados juristas como André Marsiglia, Luiz Guilherme Marinoni, Leonardo Corrêa e Hélio Beltrão.
Não importa se o medo ou alguma forma de luto invadiram a sua vida neste fim de ano. Sempre é tempo de se voltar para a luz. Coragem não é ausência de medo. Uma pequena luz é capaz de expulsar as trevas. 
Não podemos sucumbir diante dos momentos de perplexidade e medo. Sejamos pacificadores e defensores da justiça. Façamos a nossa parte para reconstrução da ponte da reconciliação e da pacificação social. 
As trevas são apenas ausência de luz. Assim, não há motivo para temor, nem rancor. Tudo o que devemos fazer é permitir que a luz brilhe. Sejamos como os girassóis que se voltam sempre à luz. Como diz a oração atribuída a São Francisco de Assis: “Onde houver trevas, que eu leve a Luz!” 
Feliz 2025 a todos!
 

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