Em 13 dias, incêndio destrói 900 hectares de áreas de vegetação na foz do Rio do Peixe, em Caiuá

Apoena propõe ao Consema criação de uma brigada de incêndio no oeste paulista, utilizando recursos tecnológicos de última geração, para inibir casos semelhantes

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 20/06/2024
Horário 13:54
Foto: Apoena
Chamas foram contidas pela Apoena, Bombeiros, prefeituras, funcionários de fazendas e helicóptero Águia
Chamas foram contidas pela Apoena, Bombeiros, prefeituras, funcionários de fazendas e helicóptero Águia

A Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná) solicitou ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) que seja incluída na pauta da 435ª Reunião Ordinária do Plenário do órgão, no próximo dia 26, o tema “incêndios florestais em vegetação nativa no Estado de São Paulo”. A proposta da associação é que seja montada uma brigada de incêndio no oeste paulista, utilizando recursos tecnológicos de última geração, a fim de inibir tragédias como o incêndio de grandes proporções de consumiu cerca de 900 hectares, o equivalente a 9 milhões de metros quadrados, de áreas de várzeas na foz do Rio do Peixe, em Caiuá, que desagua no reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, em Porto Primavera. 
As chamas atingiram o local no dia 7 e só foram contidas nesta quarta-feira, depois de 13 dias de ação de equipes da Apoena, que deslocou um trator para abertura de aceiro, além do Corpo de Bombeiros, prefeituras municipais do entorno, funcionários de fazendas vizinhas, e até apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar. A extensão da queimada foi registrada por satélites da Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), destaca o presidente da Apoena, Djalma Weffort. O temor é de que o fogo volte a prejudicar o espaço, levando em conta o tempo seco, baixa umidade do ar, ventos fortes e falta de chuva que atingem a região.
“O incêndio danificou não só a vegetação da biota como também indiretamente afetou o Parque Estadual do Rio do Peixe, em aspectos contra a fauna, como a anta, jaguatirica, tamanduá-bandeira e cervo-do-pantanal, espécies criticamente ameaçadas de extinção em São Paulo e que só vivem em vida livre nessa região do Estado”, exalta Djalma. “Entram ainda nessa estatística inúmeras espécies de ambientes úmidos e aves paludícolas e aquáticas, como o tuiuiú, cujo ninho foi registrado no Rio do Peixe depois de 24 anos sem nidificar no local”, complementa.
Djalma relata que, ajudado pelo tempo seco e fortes ventos, os incêndios se alastraram para ilhas de vegetação aquática e para as duas margens do rio, queimando um trecho do corredor ecológico Mata Maturi-Rio do Peixe, em fase de restauração, bem como o projeto de nucleação em área de reserva legal e grandes extensões de passagens em fazendas vizinhas. “Lembrando que estamos tratando de local de sensível biodiversidade em áreas úmidas. É conhecido como Pantananinho Paulista e, apesar do ninho do tuiuiú ter escapado, muitas outras áreas de nidificação de aves foram destruídas pelo fogo. A Apoena está propondo soluções para o problema das queimadas, cada vez chegando mais cedo e mais intensas, ou ao menos minorar a questão”, finaliza o presidente da entidade.

Fotos: Apoena
Chamas foram contidas pela Apoena, Bombeiros, prefeituras, funcionários de fazendas e helicóptero Águia

 

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