Elvira Vigna e Paula Fábrio abrilhantam Salão do Livro

PP é a 1ª cidade a receber finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2013; encontro ocorre hoje, às 18h30, no Papo de Autor

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 24/10/2013
Horário 07:17
 

O Prêmio São Paulo de Literatura 2013, realizado pelo governo do Estado de São Paulo, quer aproximar o público dos escritores finalistas dessa edição, através de uma série de encontros na capital e no interior paulistas. E hoje, às 19h30, dentro do 4º Salão do Livro, no IBC, ocorre o primeiro evento da série, em Presidente Prudente, com a participação de Elvira Vigna e Paula Fábrio. A mediação será feita por Adriana Couto, apresentadora do programa "Metrópolis", da TV Cultura. A entrada é gratuita.

Jornal O Imparcial Elvira Vigna concorre em Melhor Livro do Ano, com "O que deu para fazer em matéria de amor"

Elvira Vigna concorre ao prêmio, na categoria Melhor Livro do Ano, com "O que deu para fazer em matéria de amor"; e Paula Fábrio, 43 anos, na modalidade Autor Estreante (+ 40 anos), com seu primeiro romance, intitulado "Desnorteio". Ambas falaram, por e-mail, com O Imparcial, sobre suas expectativas para esta noite e também com relação ao prêmio, cujos vencedores serão conhecidos em 25 de novembro, em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa.

Fábrio, formada em Comunicação Social, comenta que já participou de outros eventos literários na capital, mas este será o primeiro no interior, por isso as expectativas são muitas. "Conhecer gente nova, saber como pensam, quais são seus interesses, seus hábitos de cultura. Isto porque o escritor também está interessado em ouvir. É muito chato ir a algum lugar e ficar falando, falando, como se fôssemos os donos da verdade. Pelo contrário, é das pessoas que extraímos nossos livros e até os personagens ", expõe.

Ela fala que a partir de sua experiência em eventos, imagina que será diferente de qualquer coisa que planejar. Mas adianta que abordará além de seu livro, memória e loucura, temas que lhes são caros, pelo menos neste momento de sua vida, e explanará sobre o incentivo à leitura. "Venho de uma casa sem livros e isso me marcou profundamente, portanto, acho essencial discutir não só as políticas públicas como o despertar do hábito de leitura na escola e em casa", destaca.

A escritora conta que uma força a impele a escrever, desde muito pequena, tendo inclusive escrito outras coisas antes de "Desnorteio". Revela ainda que escreve sempre a partir de um incômodo: uma história fica em sua cabeça, um sentimento, um tema, uma pessoa, uma situação, aquilo fica conversando com ela durante meses, às vezes anos. E foi assim com a obra. "Nesse livro, em especial, tive como inspiração uma história real dos meus tios. Mas como toda história real, se o escritor não colocar um pouco de ‘fingimento’, não despertará interesse, daí a ficção. Contudo, há um momento no qual você não sabe mais o que é ficção e o que é real. Inclusive essa é uma curiosidade, tenho um episódio para contar para o público", faz mistério.

Fábrio confessa estar muito feliz, pois entre tantos livros bons, o seu foi escolhido e só o fato da indicação já é um prêmio em si. "É sinal de que devo prosseguir, como todos escritores, melhorando e trabalhando a palavra, que é o meu ofício", frisa.

 

Elvira Vigna

Formada pela Universidade de Nancy, na França, com mestrado na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na área de Teoria da Significação, Vigna é escritora, desenhista, já foi editora, e recebeu em 2010 o prêmio de ficção da Academia Brasileira das Letras, pela obra "Nada a dizer".

É a primeira vez que vem à cidade e acredita que irá gostar muito. Nesta noite, ela falará sobre um artigo do psicanalista e colunista da "Folha de São Paulo", Contardo Calligaris, sobre a diferença entre literatura e livros de entretenimento. "O artigo saiu na semana passada e vou levar um trecho para ler na hora. Quero saber o que o público acha do assunto. Falarei também sobre o Prêmio Jabuti, categoria Ilustração, que acabei de receber . E vou sortear um livro ilustrado por mim entre os participantes da palestra", ressalta.

Sobre o Prêmio São Paulo de Literatura, diz que é importante para qualquer escritor brasileiro e aproveita deixando um recado para os pais: "Pai que não lê não faz filho ler. Então, acho que para começar, o adulto deve ler. A leitura deixa a vida de qualquer um mais rica", opina.

Na carteira de trabalho, ela afirma que é jornalista. Trabalhou por diversos períodos em "O Globo"; para a "Folha de São Paulo", quando morou no exterior; "O Estado de São Paulo" de 1999 a 2003 e o último "Jornal do Brasil", publicando artigos sobre arte contemporânea até o fim de 2006. Em 2007, passou a publicar os artigos no site Aguarrás (ISSN: 1980-7767), até fechar. Agora, publica pelo Études Lusophones da Sorbonne IV (em português).
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