Votos que deixarão de ser computados a partir das 16h. Apenas o Brasil utiliza urna eletrônica no mundo. “Notícias” assim se tornaram comuns em redes como o WhatsApp na última semana. A prática pode ser chamada de fake news, notícias falsas. Ou seja, consiste na disseminação de informações incoerentes e, muitas vezes, difamatórias sobre algo ou alguém. Pensando no contexto de eleições, a atitude é quase que de praxe da época, de acordo com Leonardo Lepre. O professor e coordenador de Marketing da Toledo Prudente Centro Universitário explica que as pessoas se apoiam nisso para incentivar a imposição de suas ideologias.
Segundo o docente, as notícias falsas sempre estiveram presentes na espreita do cotidiano. Sejam elas de menor nível prejudicial, sejam elas capazes de induzirem opiniões. A diferença, conforme explica, é que agora se fala mais disso, preocupa-se mais com isso, principalmente a mídia. “É uma forma das pessoas construírem uma realidade que gostariam e que acreditam que seria ideal”, expõe. Em razão disso, cenários de decisão política como o atual são o estopim para que essa prática se potencialize.
De acordo com Leonardo, as fake news só alcançam o poder de imergir no coletivo se as próprias pessoas a fortalecerem. “É a digitalização da fofoca, ninguém sabe de onde veio a informação, só repassa porque concorda com aquilo”, frisa.
E, embora as mídias sociais sejam a principal base de proliferação dessas mentiras, elas também atuam como combatente da situação. Conforme o especialista, os grandes veículos de comunicação – de qualquer plataforma – encontraram nas fake news uma chance de recuperar algo que, em sua opinião, há muito tinham perdido: o poder de informar. A afirmação consiste na análise de que, hoje, com o fluxo excessivo de informações e com a popularidade das notícias falsas, pouco se sabe da credibilidade e veracidade do conteúdo recebido.
É aí que o trabalho midiático se inicia. “Jornais e emissoras conhecidas carregam consigo uma credibilidade fixa, e usam disso para determinar para os leitores o que de fato é verdade ou não. Logo, as pessoas recebem informação de toda parte, mas ainda dependem das grandes mídias para saber se aquilo é verdade”, pontua.
Impacto
Para que uma notícia falsa alcance o patamar de prejudicial, é preciso se atentar a alguns aspectos. Entre eles, levar em consideração o nível de ceticismo daquelas pessoas que terão acesso à informação. “É comum do ser humano, cada um possui um limite em acreditar o que é verdade e o que é mentira”, expõe. Ou seja, são raras as vezes em que algo muito absurdo e que destoe do contexto será tido como verdade.
Por isso, Leonardo enfatiza a importância de conhecer bem os envolvidos naquela notícia, no caso de candidatos, saber se aquela informação se encaixa no perfil comum do mesmo. “Pense em tudo, nas propostas, nas formas com que esse candidato se apresenta ao público, se a notícia não se ‘colar’ à imagem formulada, é um indício de mentira”, acentua.
SERVIÇO
Em busca de sanar possíveis dúvidas sobre a veracidade dos fatos, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desenvolveu um site que desmente fake news. O link de acesso é http://www.tse.jus.br/hotsites/esclarecimentos-informacoes-falsas-eleicoes-2018/novo-contrato-tse-divulgacao-resultados-eleicoes.html.
DICAS PARA EVITAR FAKE NEWS
- Analisar se a informação faz sentido diante do contexto na qual está inserida;
- Buscar a fonte na qual está sendo veiculada. Blogs e páginas que pendem para uma ideologia? Duvide;
- Quem é o detentor daquela informação? Tem prioridade para falar sobre? Se não, desconfie;
- Se for via rede social, observe as postagens de quem compartilhou, busque um padrão na qualidade do post.
Fonte: Leonardo Lepre