Já diz o artigo 1º, parágrafo único, da Constituição Federal do Brasil: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”; bem como o artigo 14, “caput” da CFB: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos...”.
Com a aproximação das Eleições 2022 para os cargos de presidência, senado, governo estadual, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, aumentam, consequentemente, as expectativas quanto ao futuro cenário político/econômico brasileiro. E, diante de instrumento com tamanha relevância e valor, torna-se necessária a utilização consciente do direito constitucional ao voto.
Mas no que consiste essa consciência? Para fins eleitorais, é fazer uma reflexão sobre o perfil do candidato escolhido para que se tenha certeza de que, caso eleito, ele efetivamente contribua para o desenvolvimento da nossa comunidade. Porém, não é suficiente a sua identificação com o candidato, mas também com o partido político a que ele está vinculado; porquanto, isso influenciará nas decisões dele depois de eleito.
Atualmente, as microrregiões de Presidente Prudente e Presidente Venceslau, compostas por 27 municípios, contam com apenas um deputado estadual e nenhum deputado federal, o que nos faz carentes de representatividade política.
Após consulta ao site do Tribunal Superior Eleitoral, verifiquei que somos pouco mais de 427 mil eleitores aptos a votar na eleição vindoura. Também consultando a mesma fonte, constatei que 30deputados federais foram eleitos com menos de 100 mil votos, e outros 18 deputados estaduais foram eleitos abaixo de 50 mil. Portanto, temos um potencial relativo de, ao menos, quatro deputados federais e oito deputados estaduais.
Aí, você me pergunta: “e o coeficiente eleitoral?” Respondo: Apenas cinco deputados federais (mais de 301.873 votos) e dois estaduais (mais de 221.837 votos) atingiram a meta nas últimas eleições em nosso Estado! Lembrando ainda, que dos dois deputados estaduais eleitos em nossa região no ano de 2018 receberam 65.475 e 61.371 votos, respectivamente. Outros sim, deixamos de ter representatividade política na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados apenas porque nossos votos são diluídos entre centenas de candidatos.
Primeiramente, temos a categoria dos candidatos que não conhecemos por trabalhos realizados em prol da região. Aliás, sequer eles conhecem a nossa região! Também temos candidatos locais, os quais nós sabemos que não têm potencial para serem eleitos, mas se apresentam como tal apenas para angariar votos para que o partido obtenha o “coeficiente eleitoral” e favoreça os mais votados da legenda (normalmente de outras regiões).
Assim, para que tenhamos relevância no cenário político e, por consequência, possamos voltar os olhos dos políticos para essa região, precisamos refletir sobre a necessidade de elegermos esses representantes regionais.