Desde o dia 7, quem passar pela Galeria Takeo Sawada, no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, poderá conferir a exposição "Fases", da artista ranchariense Edith Lamers. Em entrevista, por telefone, ela conta que mostra em 11 telas, diversas fases de seu acervo pessoal. E revela que na diversidade das peças, estão múltiplas facetas que levam a histórias, lugares e imagens que desafiaram ou ainda desafiam os olhos. Para isso, utiliza técnicas mistas, acrílico, texturas e óleo sobre tela.
Conforme Lamers, algumas delas nasceram a partir de sonhos que teve, como a "Brasilidade" e a "Composição". Outras foram para ela um desafio, como, por exemplo, pintar a pena de um pavão. "Me desafiei a produzir aquilo. Me questionava como poderia trabalhar com tantas cores em uma única pena. E fiz. O bom da arte é isso: poder tentar algo novo sempre", diz.
As demais obras expostas são: "Pavão Misterioso"; "Carro de Boi no Pantanal"; "Rosas com Textura", "Nefertiti", uma rainha do Egito; "As Gêmeas", uma obra que chamam a atenção; "Paisagem"; "Cem Anos de Imigração"; "Arranjos" e "Caminho da Verdade".
Com a maioria desses trabalhos, a artista participou do Circuito Internacional de Artes em 14 paises. Entre eles, China, Eslováquia, Tailândia, Áustria, Espanha, Portugal e Argentina. "É muito bom poder divulgar para todo o mundo a arte brasileira, o que produzimos por aqui. Assim como no circuito, esta exposição não tem nenhuma peça à venda. É apenas para mostra mesmo", explica.
Lamers diz que gostou muito do convite do Matarazzo. "Fiquei muito feliz. Uma porque para mim a arte é um presente maravilhoso que Deus me deu. Onde posso me expressar pelas formas, traços e cores. E de alguma forma conquistar o interesse de alguém que se identifica com a imagem", salienta.
Arte na
"Cem Anos de Imigração" é retratada em um dos trabalhos
veia
Autodidata, casada e mãe de dois filhos, Lamers lembra que pinta há mais ou menos 30 anos. Segundo ela, tudo começou por conta de um problema de saúde, quando para aliviar a mente e a dor, começou a dar as primeiras pinceladas. "Uma forma de terapia eu acredito", expõe.
Formada em Engenharia Eletrônica, pela Faculdade de Engenharia de Barretos, exerceu a profissão durante 12 anos. E paralelamente pintava porcelanas. A arte cada vez mais presente em sua vida a levou a dar aulas na Art Gesso São Francisco durante seis anos, e em seu ateliê também. Em um dado momento, quando foi trabalhar na prefeitura, por falta de tempo foi obrigada a parar com as pinturas. Isso levou dois anos. Até que por meio dos estudos sobre artes, se encantou e não mais parou.
A artista já levou seu trabalho para diversos lugares e eventos, como mapas culturais, galerias, entre elas na Nali Villas Boas, em São Paulo, alguns museus e diversas exposições em Rancharia, onde mora. "A arte de pintar faz bem à alma. Acalma o coração e acalenta o espírito. É incrível quando na tela se vê o resultado de um pensamento, uma ideia ou um sonho. Adoro pintar e não me canso de agradecer a Deus por esta benção", afirma.
Uma das obras mais grandiosas da artista está no Restaurante Tropeiro Grill Churrascaria, de propriedade da família. "É uma tela que mede 4,5 metros por 2 metros. Ela representa a arte primitiva e a denominei como ‘Rubia Galena’. É muito bela", conclui.
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VISITAÇÃO
A exposição segue no Matarazzo até o dia 2 de junho. Os horários de visitação são de segunda-feira à sábado, das 8h30 às 22h; e aos domingos, das 10h às 22h, com entrada franca.