Teve início na quarta-feira passada a liberação do saque extraordinário de até R$ 1 mil do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pela Caixa Econômica Federal. O calendário foi estabelecido de acordo com o mês de nascimento do trabalhador. Os nascidos em janeiro podem realizar o saque até este sábado. O pagamento será feito por meio da Conta Poupança Social Digital e será preciso baixar o aplicativo Caixa Tem para ter acesso ao valor.
O economista Alexandre Bertoncello avalia que a liberação antecipada do saque extraordinário veio em boa hora para a economia brasileira. “Quando este dinheiro entra na economia é como se ele tivesse repatriando todo um trabalho feito pela própria sociedade e como o dinheiro vai direto para o consumo, o impacto é muito positivo”, relata.
O economista pontua que a antecipação do FGTS pelo governo federal provavelmente é uma forma de movimentar a economia devido às projeções de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Na semana passada, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reviu suas previsões de crescimento do PIB brasileiro em 2022, de 0,3% para 0,8%, crescimento tímido se comparado ao antevisto de 1,5% previsto para 2022 pelo órgão em outubro do ano passado.
Questionado como as pessoas podem utilizar o dinheiro do FGTS de melhor maneira, Bertoncello é taxativo ao apontar que “cada caso é um caso”. “Caso você tenha alguma conta atrasada, o principal fator seria levar o dinheiro para quitar esta conta para pagar menos juros e facilitar sua vida”, aconselha o economista.
“Caso o seu orçamento doméstico esteja organizado, qual é a recomendação? É a que se faça um investimento”, sugere Bertoncello. “Um investimento rende muito mais que o FGTS. É só ver uma taxa Selic a 11,75%/ano e alguns bancos dando até 200% de CDI [Certificado de Depósito Interbancário] para o primeiro cliente seria uma grande oportunidade para o brasileiro começar a poupar, pensar no futuro e fazer o dinheiro trabalhar para ele”, aponta o economista.
“Caso você tenha um investimento e de alguma maneira tudo muito organizado na sua vida, aí sim este dinheiro que entra poderia ser um afago, alguma coisa especial para a família para poder também melhorar nossa vida e aumentar o consumo”, conclui Bertoncello.
O Serasa publicou em fevereiro, pela primeira vez desde o começo da pandemia, o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil. De acordo com estudo, o país registrou 65,17 milhões de endividados em fevereiro, um número recorde para o mês no comparativo dos últimos três anos.
A pesquisa ainda aponta que as finanças dos brasileiros continuam mais comprometidas com bancos e cartões, que representam 28,60% das dívidas de fevereiro. Em segundo lugar, com 23,20% da representatividade das dividias dos brasileiros, vêm os débitos de contas básicas, como água, gás e energia.
