E os trilhos? Até quando a situação de abandono persistirá?

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 13/08/2024
Horário 05:00

Esta é uma pergunta que nos é feita frequentemente. E, muito embora uma das atuações da UEPP seja a pauta pela busca de uma solução para esse imbróglio, até hoje nada foi resolvido. 
Um novo passo nessa odisseia para destinação do trecho entre Presidente Prudente e Presidente Epitácio foi dado recentemente, após acordo ajustado com a concessionária Rumo, cujo trecho está à disposição da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Segundo informações colhidas junto ao diretor-geral da Agência Nacional, em uma reunião virtual realizada no mês passado, em breve a ANTT fará um chamamento público para os interessados no trecho ferroviário. Mas, apesar desse avanço na questão, alguns incontestáveis questionamentos se fazem necessárias respostas.
Após anos de negligência, desinteresse, vulnerabilidade sob o efeito do tempo, furtos e depredações que culminaram no sucateamento deste trecho ferroviário, entendemos inviável uma reforma e a volta do funcionamento no traçado original. Novas concessões como shortlines (linhas curtas), trens de turismo ou outros modais de transportes sobre trilhos, estão seriamente impactadas pelas constatações acima mencionadas.
A nosso ver, e levando em conta que, embora antigamente era natural o desenvolvimento urbano em torno da estação ferroviária, dividindo as cidades ao meio, atualmente isso atrapalha o desenvolvimento mais homogêneo dos bairros. É fácil essa constatação, analisando o desenvolvimento da área central de nossa cidade em comparação aos bairros da zona leste, ou além da linha, que mesmo tão próximos, visivelmente ainda tem muito a progredir.   
Aqui fica uma reflexão importante para toda a sociedade, bem como para os atuais e futuros dirigentes políticos de nossa cidade: as áreas urbanas da antiga linha férrea, sendo destinadas aos municípios, não poderiam ser melhor aproveitadas para impulsionar o desenvolvimento?! A consolidação de bairros e a construção de equipamentos públicos nessas áreas não poderiam beneficiar toda a população de forma muito mais efetiva?!
Com relação ao futuro do transporte ferroviário em nossa região, já existem outras possibilidades, como a própria UEPP já vem divulgando. Temos o projeto da ferrovia Norte-Sul, atualmente parado em Estrela D’Oeste (SP). Contudo, mais factível ainda, seria a construção de um ramal ligando a malha paulista, que está em processo de revitalização entre Bauru e Andradina à região de Presidente Prudente, cujo traçado seria de aproximadamente 80 quilômetros. Lutemos por isso!
 

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