Nesta época em que muito se fala sobre a pandemia da Covid-19, uma dúvida – e um medo – se faz presente na vida de brasileiros que possuem doenças crônicas e que dependem da assistência médica: é recomendado ou não manter os acompanhamentos com profissionais da saúde? O conselheiro da delegacia do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) de Presidente Prudente, Henrique Liberato Salvador, diz que a resposta é clara: “É preciso que a rotina, seja com consultas ou remédios, seja mantida para que os casos não se agravem e se tornem um grande perigo”.
Alguns exemplos, que podem facilitar a compreensão dos leitores são mencionados por Henrique, como o fato de que deixar de lado os cuidados com a saúde podem fazer, por exemplo, com que hipertensos caminhem para um quadro de AVC (acidente vascular cerebral) e que diabéticos tenham possíveis problemas com a cegueira, cardíacos ou renais, desde que não tomem seus remédios de forma correta e nas quantidades indicadas.
“Independente da pandemia, não se pode, de forma alguma, interromper tratamentos. Se houver dificuldades, peça aos filhos ou familiares que busquem os remédios, o que é até mais indicado”, comenta o conselheiro. Outro fato importante lembrado por ele é o da liberação da telemedicina, recurso que permite, por meio da internet, que pacientes estejam conectados com médicos em consultas, e realizem pedidos e encaminhamentos de exames, ou recebam a prescrição de remédios, desde que seguidas as determinações impostas pela portaria que permite tal feito. “A telemedicina é o futuro e a pandemia veio para acelerar este processo”.
Por fim, Henrique deixa um recado ao lembrar que, além de evitar o contágio de uma nova doença e que muito tem assustado a população mundial, é preciso combater as já existentes e não permitir que elas evoluam para eventuais novos quadros clínicos. “Caso contrário, teremos um cenário de somatória de doenças”.