Agora que a Covid-19 vem dando uma trégua, com queda no número de casos, internações e óbitos, outra doença volta a preocupar. Com o segundo caso de sarampo registrado em 2022 nesta semana - um na capital e o outro na cidade de Cubatão -, o Estado de São Paulo está em alerta e já teme um novo surto, como o que ocorreu em 2019. Outros 25 casos suspeitos, conforme recente matéria veiculada neste jornal, são investigados.
A campanha de imunização teve início em 4 de abril, para grupos prioritários, começando pelos profissionais da saúde. A partir do dia 3 de maio, serão vacinadas crianças de 6 meses a menores de 5 anos. De acordo com a secretaria, a meta é atingir 95% dos pequenos, um público-alvo de 12,9 milhões de pessoas. Uma campanha, inclusive, vem sendo preparada para este fim: incentivar a imunização.
A cobertura vacinal no país desta e de outras doenças já vinha sendo baixa. Vira e mexe campanhas são prorrogadas e, muitas vezes, mesmo assim, não atingem a meta. Com a pandemia, então, piorou. Em 2019, a cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e está disponível de forma contínua nas unidades de saúde, atingia 82,5% das crianças até 5 anos; em 2020, esse índice caiu para 67,1%; e, no ano passado, para 60,1%, quando considerada a segunda dose da vacina.
Enquanto muitos pais preocupados com a situação correm aos postos, buscam se informar, tentando imunizar seu pequeno antes mesmo da idade mínima, outros não sabem, sequer, onde está a caderneta de vacina. E nem fazem questão, tamanha irresponsabilidade.
E pensar que o Brasil chegou a receber em 2016 o certificado oficial de erradicação da enfermidade. A alegria durou pouco, a cobertura vacinal desabou e o surto veio.
É inadmissível que, em uma situação como essa, de alerta, ainda existam pessoas que deixem de se proteger ou até mesmo de imunizar seu filho, que depende exclusivamente de alguém para levá-lo ao posto de saúde.
O sarampo é uma doença infecciosa, transmissível e extremamente contagiosa, que pode levar a complicações e óbitos. Os principais sintomas são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. As principais complicações em crianças são pneumonia, infecções de ouvido e inflamação no cérebro (encefalite aguda). A vacina é altamente eficaz, a única maneira de se evitar o sarampo. Não espere a doença bater na sua porta. Se proteja e proteja quem você ama.
