Professores da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Presidente Prudente, assumem papéis importantes na reitoria da universidade, no exercício do mandato no quadriênio 2017-2021. Um deles é João Lima, nomeado pró-reitor de pós-graduação. Segundo ele, a reitoria tem como principal estrutura cinco pró-reitorias: pós-graduação; graduação, pesquisa, extensão e administração. E só no Departamento de Geografia estão outros três colegas: Antonio
Nivaldo Hespanhol,
Maria Encarnação Beltrão
Sposito e Bernardo Mançano Fernandes.
"Esta é a primeira vez que a diretoria geral da Unesp tem nomes de professores da região. Eu diria que, agora, o campus de Prudente entra efetivamente no mapa da Unesp como uma unidade com papel relevante dentro da universidade", comemora João Lima.
João Lima, que pensava em se aposentar neste ano, foi surpreendido com convite para reitoria
O pró-reitor comenta que há cerca de dez anos houve uma "grande expansão da universidade e a unidade de Prudente cresceu muito, dobrando o número de alunos e cursos, a criação de novos, como os mais prestigiosos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Ambiental, e, com isso, o campus começou a mostrar a sua cara".
"Além disso, nossos cursos de Geografia e Engenharia Cartográfica são de reconhecimento nacional e internacional e os professores desses departamentos, com o prestígio que conseguiram lá fora, acabaram, de certa forma, fazendo com que a reitora prestasse uma atenção especial em nós", destaca o docente.
Cargos conquistados
João Lima cita as colocações de cada professor da unidade prudentina presente na reitoria. Antonio
Nivaldo Hespanhol que assume a presidência da Vunesp - fundação da universidade de importante papel, que realiza todos os vestibulares da Unesp, de outras localidades do Brasil e, agora, inclusive da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). "Como tem essa grande arrecadação de dinheiro é uma importante financiadora da universidade em pesquisas ligadas ao ensino, educação", salienta João Lima.
A professora
Maria Encarnação Beltrão
Sposito assume a presidência da CPA (Comissão Permanente de Avaliação) que, conforme João, é um cargo-chave também porque avalia o trabalho docente, é responsável pelas contratações e manutenção dos professores.
E o professor Bernardo Mançano Fernandes é diretor do IPPRI (Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais). Além, disso ele menciona a participação do professor Messias Meneguetti, que já estava e continua na Assessoria de Informática, e o professor Klaus Schlünzen Junior, diretor do NEaD (Núcleo de Educação à Distância).
Missão importante
Cada um com suas obrigações, João Lima ressalta que, a partir de agora, o professor Klaus terá uma missão importante. Isso porque "uma das principais prioridades da gestão é ingressar no século 21, uma vez que ainda está no século 20". Ou seja, o desejo é usar o mundo, o espaço, as ferramentas virtuais, principalmente em uma universidade como a de Prudente, que tem seis departamentos de Matemática, "como em São José do Rio Preto, Rio Claro, todos fazendo a mesma coisa, o que gera custo altíssimo com apenas 100 alunos por ano".
"É um absurdo ter mais de 100 professores, cada um formando um aluno. E a pressão por contratação é grande. Então, estamos pensando em ter um curso de Matemática que possa ser dado em vários lugares, uma parte presencial, outra à distância. No mundo virtual, o aluno daqui pode ter aula com professores de outros campi. E assim por diante", explica João Lima.
O pró-reitor diz que o NEaD é fundamental ainda por outra questão, que é a educação inclusiva em que deve preparar toda a universidade para pessoas com necessidades especiais. "Temos um grande desafio pela frente em um momento de crise, falta de recursos, universidades públicas sendo atacadas por todos os lados. Mas, vamos trabalhar", acentua.
Mudança de planos
João conta que no início do ano passado, estava fazendo pós-doutorado em Barcelona (Espanha), quando recebeu um telefonema do Sandro Roberto Valentini (novo reitor da universidade, que também é da região, natural de Martinópolis), para fazer parte de sua equipe. Ambos não se conheciam. "Meu nome foi levado a ele pelo Hespanhol. Nunca tive essa expectativa. Na verdade, eu estava pensando em me aposentar agora em 2017. Pedi uns dias para pensar e já estava ajudando em sua campanha há um ano, resolvi continuar apoiando", expõe.
Ele se mudou para a capital e vem para a cidade apenas aos finais de semana. Diz que ainda tem alguns alunos de mestrado, doutorado por aqui e, de vez em quando, precisa ministrar algumas aulas. Mas, não tem como conciliar as duas coisas. "Para se ter uma ideia, a Unesp tem 148 programas de pós-graduação, mais de 15 mil alunos espalhados em 34 faculdades, 25 cidades em um momento de internacionalização, onde temos muitos editais abertos, muitas políticas de atração de alunos estrangeiros, convênios. É muito trabalho ", frisa o pró-reitor.
EXPERIÊNCIA
Natural da capital paulista, João Lima graduou, fez mestrado e doutorado pela USP (Universidade de São Paulo) e veio para Presidente Prudente em 1989, para trabalhar na área de Geografia, com climatologia, cuidando nos primeiros anos da estação meteorológica. Ele foi chefe de departamento, coordenador de graduação e pós-graduação, diretor do campus de Ourinhos quando foi criado, e depois do doutorado ficou mais focado na criação de pesquisas de climas urbanos. E nos últimos tempos, - o que ele acredita que foi o que o levou a ser convidado para o cargo atual -, trabalhou durante nove anos na fundação Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em Brasília (DF), órgão do MEC (Ministério da Educação). "É ela que credencia, controla, que dá o dinheiro para financiamento de parte de recursos da pós-graduação e bolsas de estudos. Ali temos 48 horas de conhecimento. Primeiro fiquei na avaliação e depois como coordenador de área, o que me deu uma experiência muito grande para entender como funciona, como criar um curso, quais os caminhos, trâmites, exigências da pós-graduação", enfatiza.