Doações em urnas são prorrogadas até dezembro; entidades aprovam

Com a nova regra, que passaria a vigorar em setembro deste ano, consumidores teriam que efetuar o cadastro dos documentos por meio de um aplicativo lançado pelo governo estadual

PRUDENTE - ANNE ABE

Data 05/07/2017
Horário 13:03

Após temer a queda das arrecadações de recursos por meio da Nota Fiscal Paulista, devido às mudanças na forma de cadastramento dos cupons, anunciadas pela Secretaria da Fazenda em março, as entidades assistenciais paulistas podem sentir-se aliviadas, ao menos, até dezembro. Isso se deve ao anúncio feito pelo governo do Estado, em que prorroga a permanência das urnas no comércio para o recebimento das doações de notas. Com a nova regra, que passaria a vigorar em setembro, os consumidores teriam que efetuar o cadastro das notas por meio de um aplicativo lançado pelo governo.

Atualmente, há cerca de 20 urnas de propriedade da Feapp (Federação das Entidades Assistenciais de Presidente Prudente), distribuídas entre estabelecimentos de Prudente, que arrecadam o valor mensal aproximado de R$ 30 mil, além da quantia arrecadada com as urnas das próprias das entidades, que totalizam cerca de 50 unidades, conforme informações do presidente da Feapp, Floriano Ielo.

Segundo o representante da federação, essa prorrogação agrada a todas as entidades, que continuarão lutando pela anulação da decisão. De acordo com ele, a mudança geraria impedimentos para a população doar e essa quantia “iria fazer falta no dia a dia das entidades e teria que ser substituída com a realização de eventos ou outras formas de captações de renda”, declara.

 

Entidades

Essa dificuldade no cadastramento das notas, caso a alteração for efetivada, também é constatada por Marina Zanelato Costa, gerente administrativo da Casa do Aprendiz Cidadão, que arrecada de R$ 4 mil a R$ 5 mil por semestre, com as notas, sendo que o valor é destinado à compra de equipamentos permanentes ou que precisam ser renovados na entidade. “Foi ótimo essa prorrogação, porque temos mais alguns meses para discutir sobre o assunto e aprimorar a ideia, explicar ao governo que ele também precisa ouvir as entidades”, ressalta.

Para o administrador da Associação de Atenção ao Idoso – Vila da Fraternidade, Mario Paulo Rodrigues, esse aumento no prazo de permanência das urnas é de “suma importância” para todas as entidades, pois o crédito advindo delas é acrescentado a outras fontes de receita da entidade, que possui de 6 a 7 urnas espalhadas pela cidade. “O governo deveria incentivar o consumidor a exigir nota fiscal em toda compra, o que aumentaria também sua arrecadação, e não desestimular esse programa”, considera.

Já a Associação de Desenvolvimento de Crianças Limitadas – Lúmen Et Fides, por meio de seu diretor administrativo e financeiro, Manoel Dionísio Filho, diz que o comunicado gerou “muita alegria” para as entidades, já que geraria um prejuízo de quase R$ 15 mil por mês, que seria uma complementação à receita da associação, que analisa ser baixa. “Estávamos muito preocupados com essa alteração no modelo de participação, então, essa prorrogação já é uma esperança de que a secretaria reconheceu o quanto prejudicaria as entidades”, pontua.

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