Em 2024, 54.873 sessões de hemodiálise foram realizadas em Presidente Prudente, no Instituto do Rim, que funciona na Santa Casa de Misericórdia, e no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo. O número é 1,9% acima do catalogado em 2023, marcado em 53.828 atendimentos, e representa uma média de 150 sessões diárias, ao considerarmos os 365 dias do ano. Ao todo, as duas instituições oferecem mensalmente atendimento especializado a 360 pacientes. São 35 cadeiras disponíveis no Instituto do Rim e outras 25 máquinas no HR.
Neste 13 de março, Dia Mundial do Rim, data celebrada toda segunda quinta-feira do terceiro mês do ano, a nefrologista, especialista em doenças renais, Luciana Camargos, explica que, “infelizmente”, o número de vagas disponíveis nos centros regionais de diálise ainda é insuficiente, “apesar da oferta ter melhorado nos últimos anos”.
Com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais, com foco na prevenção e na incorporação de práticas saudáveis, o Dia Mundial do Rim foi criado em 2006. A doença renal crônica, segundo a médica, é causada, principalmente, por hipertensão e diabetes. “Ela é uma doença silenciosa, daí o perigo. Só são descobertos os estágios iniciais através de exames, como a creatinina no sangue e urina simples. Uma parte da população de risco para DRC não cuida do rim e, quando percebe, precisa fazer hemodiálise”, alerta a especialista.
“Então, a doença renal crônica é muito silenciosa, não causa dor e, uma vez que o rim vai perdendo sua função, isso é irreversível. A campanha do Dia do Rim pergunta: seus rins estão ok? Essa é a pergunta que todos nós deveríamos saber responder nesta semana”, prossegue a nefrologista.
Luciana explica que as medidas preventivas a serem adotadas pela população para evitar a doença renal crônica são: manter a pressão abaixo de 120/80 e a glicemia em controle; realizar atividade física e evitar a obesidade; não fumar; não tomar anti-inflamatórios sem prescrição médica; ingerir água com frequência evitando a desidratação; dentre outras.
“Para todos os adultos, pelo menos uma vez ao ano, deve-se dosar a creatinina, principalmente se for diabético ou hipertenso. Estando alterada, deve procurar um nefrologista, que é o médico que avalia essa doença”, orienta a especialista.
Em relação ao tratamento da doença renal crônica, o HR informa que oferece atendimento especializado de hemodiálise a 150 pacientes ambulatoriais, distribuídos em três turnos diários, com duração de quatro horas cada. Cada turno é composto por 25 cadeiras, permitindo a realização de até 75 atendimentos por dia. “O serviço é estruturado para garantir qualidade e eficiência, com cada paciente recebendo atendimento três vezes por semana, totalizando 1.800 sessões mensais”, promove a instituição.
Frisa que, para os pacientes internados e que necessitam de hemodiálise, o hospital realiza a regulação por meio do Siresp (Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo), antiga Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), encaminhando-os, quando necessário, a centros de referência especializados. O mesmo ocorre no Instituto do Rim, que tem capacidade de atender 210 pacientes por mês, e também atende usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), bem como beneficiários de planos de saúde através de encaminhamentos de consultórios médicos e hospitais privados.
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Vanessa Adomaitis
Nefrologista Luciana Camargos alerta para fato de doença renal crônica ser silenciosa
Cedida/Instituto do Rim
Em Prudente, são 35 cadeiras disponíveis no Instituto do Rim e outras 25 máquinas no HR