Dia 22 de março é celebrado mundialmente o Dia da Água. Todos os anos a Organização das Nações Unidas propõe um tema a fim de conscientizar os habitantes do planeta sobre a importância deste recurso natural essencial para a vida. Este ano o tema é “Preservação das Geleiras”.
O impacto deste assunto pode ser questionado: Qual a relevância deste para os cidadãos prudentinos e da região, visto que aqui não se tem geleiras? Porém, atualmente é necessário considerar que a humanidade habita numa “casa comum” que é o planeta Terra. E tudo que se faz na esfera doméstica, nas cidades, na agricultura e nas indústrias, através da ação humana, tem impacto em todo o planeta.
Para imaginarmos como é importante o tema das geleiras e desenvolver uma compaixão pela questão, segundo a ONU 70% da água doce do planeta existe na forma de gelo ou neve; em 2023 as geleiras perderam 600 gigatoneladas de água a maior perda de massa em 50 anos; 2 bilhões de pessoas dependem da água das geleiras, do derretimento da neve e do escoamento das montanhas para consumo doméstico, para a agricultura e a para a produção de energia. Se elas deixarem de existir seria uma grande catástrofe ambiental, com efeitos globais, pela falta da água doce disponível, pelo ciclo da produção de alimentos, de energia e pelo sofrimento de bilhões de pessoas!
O aumento do derretimento das geleiras contribui para o aumento do nível do mar, hoje 20 cm (centímetros) a mais do que em 1900. Limitar o aquecimento global a 1,5ºC poderia salvar as geleiras. Neste ponto começa a responsabilidade de todos: o aumento da temperatura pode ser freado se fossem zeradas as queimadas e se fosse diminuída drasticamente a utilização de combustíveis não renováveis (derivados do petróleo), por exemplo. Isto está ao alcance de todos os cidadãos prudentinos e de toda a região.
Este ano a Igreja Católica durante a Quaresma está refletindo sobre o tema da Fraternidade e Ecologia Integral chamando a atenção de toda a sociedade para a importância de se viver em harmonia com o meio ambiente, resgatando a forma de perceber o mundo como Deus o viu: “Que tudo era muito bom” Gn1,31. Ele deu uma missão ao homem e a mulher: de ser guardiães e cultivadores da obra de suas mãos Gn, 2,15. Por isso ninguém tem o direito de destruir o jardim que Deus fez, o planeta Terra a casa comum de todos, mas de cuidar. Zelar pela água corresponde à missão que Deus nos confiou. As atuais gerações herdaram um planeta ainda habitável, em vias de destruição pelas atividades humanas.
Uma questão deveria ressoar nas consciências: “Que mundo queremos deixar para as gerações futuras? Vale ainda lembrar do mal uso que se faz da água todos os dias desperdiçando esse precioso bem comum, que garante a vida: uma boa parte da água potável consumida pela cidade de Presidente Prudente vem de longe, uma solução encontrada para que não haja falta para a população. Recorde-se o descuido das pessoas quando jogam resíduos em locais inadequados: uma boa parte chega até os rios. Some-se a isto a falta de zelo com as nascentes e com os cursos d’agua nossa região! Precisamos mudar os hábitos, ou numa expressão religiosa católica: precisamos da conversão ecológica integral.