A safra de amendoim para o Estado de São Paulo está estimada em 589,2 mil toneladas, de acordo com o 1º levantamento da Safra de Grãos para o período de 2021/2022, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Aproximadamente um aumento de 4,9% em relação à última temporada. Pesquisadores, produtores, estudantes e empresas vinculadas ao setor participaram do 1º Dia do Amendoim, realizado no dia 14, em propriedade localizada em Regente Feijó. O evento visou difundir e discutir os resultados das pesquisas realizadas no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), bem como trazer informações sobre cultivares e manejo de pragas.
Para o coordenador do programa, Dr. Fábio Rafael Echer, a atividade tem uma importância voltada à formação dos alunos, além de contribuir com as demandas do setor. “É relevante salientar a importância do evento e das parcerias com os produtores e com as empresas que ajudam a custear as pesquisas, pois sem essas parcerias seria difícil executar os trabalhos, e sem a pesquisa não há difusão de resultados. Então, a realização do 1º Dia do Amendoim é voltada a sensibilizar o setor privado da necessidade de investir em pesquisas e na formação de profissionais”, destaca.
Foto: João Paulo Barbosa
Dr. Fábio Echer conduziu a abertura do evento
Realizado em uma propriedade rural no município de Regente Feijó, na manhã do dia 14, empresas, alunos e professores da graduação e pós da Unoeste vinculados ao GEA (Grupo de Estudos do Algodão) estiveram entre os envolvidos na organização. Além de parceiros externos como a FCA/Unesp (Faculdade de Ciências Agronômicas) e o apoio financeiro da ICL Fertilizantes.
Na própria plantação, os participantes foram divididos em grupo e visitaram cinco estandes, onde cada um discutia um tema, entre eles: Cultivares de amendoim, pelo Dr. Ignácio Godoy (IAC-Campinas); População de plantas e manejo do potássio, Carlos Felipe dos Santos Cordeiro (Unesp-Botucatu); Manejo do boro no amendoim, pelo Dr. Fábio (Unoeste); Pragas cultura do amendoim, Dr. Marcos Michelotto (Apta-Pindorama); e Tecnologias nutricionais para cultura do amendoim (ICL).
Na organização geral está o doutorando em Agronomia e egresso da Unoeste, Carlos Felipe. Ele conta que a idealização do evento partiu da necessidade de discutir sobre a cultura do amendoim, que se tornou uma das demandas da região oeste do Estado. “Desde o ano passado estamos conversando para realizar esse evento, essa cultura teve uma taxa de crescimento expressiva no país e na região. Mas a dificuldade é que temos poucos profissionais com formação para realizar ações”, pontua.
Para ele, a falta de estudos sobre o amendoim ocasionou a realização de alguns experimentos no Brasil e nos Estados Unidos, em instituições como a Universidade da Georgia (EUA), com a Dra. Cristiane Pilon, e na FCA/Unesp, com o Dr. Ciro Rosolem. “É importante difundir a informação de que grupos vinculados às instituições de ensino realizam esse trabalho. Então, o dia do amendoim contribui para que empresas, produtores e todas as pessoas com vínculo ao agro possam estar embasados em dados científicos para discutir sobre essa cultura”.
O proprietário do local do evento e produtor Helder Lamberti atua na produção de amendoim há 15 anos. Segundo ele, a parceria com a Unoeste é importante para o entendimento sobre a cultura. "É muito positivo tudo que está sendo feito aqui. A Unoeste tem um trabalho de pesquisa que precisa ser continuado. Sem dúvidas, é uma vantagem ter uma instituição de ensino se dedicando a uma das poucas culturas que temos aqui em nossa região, o trabalho é muito importante”, fala o produtor, que ressalta ainda a amizade com o coordenador da graduação em Agronomia, Dr. Carlos Sérgio Tiritan.
O pró-reitor de Pesquisa e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, cita que o evento mostra a presença e o conhecimento técnico e científico que a universidade consegue entregar. “O evento serviu para demonstrar a grande parceria que existe entre universidade, indústria, mercado, as cooperativas e principalmente para apoiar o produtor, que é o responsável por levar alimentos saudáveis à mesa da população e também por gerar renda e desenvolvimento econômico da nossa região. Então, a Unoeste e os parceiros conseguem levar conhecimento e, assim, beneficiar toda a sociedade”.
Para Tiritan, a cultura do amendoim está em crescimento e toda oferta de conhecimento pode ajudar. “Podemos destacar o crescimento da cultura e a interação entre as pessoas. Aproximar os produtores dos nossos alunos e professores é pensar em uma evolução de conhecimento e técnicas, bem como de máquinas e insumos agrícolas”, diz.
Foto: João Paulo Barbosa
Evento reuniu produtores, pesquisadores, empresas e alunos da Unoeste