Dezembro Laranja: dermatologista alerta sobre câncer de pele

Campanha chama a atenção sobre a importância de procurar um profissional para entender combinação ideal de medidas de proteção

Saúde & Bem Estar - MELLINA DOMINATO

Data 17/12/2023
Horário 08:33
Foto: Shutterstock
É fundamental procurar um médico caso haja alguma alteração suspeita na pele
É fundamental procurar um médico caso haja alguma alteração suspeita na pele

A SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) promove, por mais um ano, o Dezembro Laranja, um mês todo voltado à conscientização sobre o câncer mais comum entre os brasileiros, o qual representa 33% de todos os diagnósticos da doença, o de pele. A campanha, que chama a atenção sobre a importância de procurar um profissional para entender a combinação ideal de medidas de proteção ocorre desde 2014. “A prevenção e a detecção precoce são cruciais no combate ao câncer de pele”, alerta Ana Caroline Barreto Antunes, 35 anos, formada pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e que atua como dermatologista em Presidente Prudente.

“O câncer de pele é o tipo de tumor mais incidente na população. É definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que constituem a pele. Qualquer célula que compõe a pele pode originar um câncer, logo existem vários tipos de câncer de pele”, salienta a médica. Explica que os cânceres de pele podem ser divididos em dois grupos: “não melanoma” e “melanoma”. Dentre os cânceres “não melanoma”, cita o CBC (carcinoma basocelular), que é o mais frequente e menos agressivo, e o CEC (carcinoma espinocelular), mais agressivo e de crescimento mais rápido que o CBC. 

“O CBC se constata geralmente nas partes do corpo que ficam expostas ao sol, com desenvolvimento lento, que dificilmente invade outros tecidos e causa metástases. Já o CEC, ocorre em pacientes mais idosos, com maior frequência no sexo masculino, predominando, também, em áreas fotoexpostas”, esclarece. “Sua evolução é mais agressiva e pode atingir outros órgãos se não tratado precocemente. Há ainda outros tipos de cânceres de pele “não melanoma” mais raros que atingem outras células, como por exemplo o tumor de células de Merkel, Sarcoma de Kaposi, Carcinoma Sebáceo”, pontua a dermatologista.

Ainda aponta que o “melanoma cutâneo” é o tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, porém o mais agressivo. “Tem a capacidade de invadir outras partes do corpo, se não tratado precocemente. Geralmente se desenvolve nas regiões do corpo expostas ao sol ou que sofreram queimadura, especialmente em pessoas de pele mais clara. Pode surgir de uma pinta pré-existente que tenha sofrido alterações ou de uma pinta de surgimento recente”, ressalta.

Causas e cuidados

A dermatologista lembra que o câncer de pele geralmente é causado pela exposição prolongada aos raios ultravioleta do sol. Outros fatores incluem predisposição genética, histórico familiar, uso de camas de bronzeamento artificial e exposição a certos produtos químicos. “A prevenção envolve medidas como: o uso regular de protetor solar; evitar a exposição excessiva ao sol, especialmente durante as horas de pico; usar roupas de proteção, óculos de sol; evitar o uso de camas de bronzeamento; e realizar exames regulares da pele para identificar possíveis mudanças também é importante”, frisa.

Os principais aspectos a serem observados em casos de câncer de pele, de acordo com a médica, são as mudanças na pele, como o surgimento de novos sinais, alterações no tamanho, forma, cor ou textura de pintas ou manchas já existentes, feridas que não cicatrizam, além de coceira, sangramento ou dor em áreas específicas da pele. “É fundamental procurar um médico caso haja alguma alteração suspeita na pele. O diagnóstico geralmente é feito por um dermatologista por meio do exame clínico e, se necessário, biópsia da lesão para análise laboratorial”, resume.

A médica ainda explica que o tratamento varia conforme o tipo e estágio do câncer, assim como sua localização, podendo incluir cirurgia para remover a lesão, terapia fotodinâmica, crioterapia, radioterapia, quimioterapia tópica ou oral. O tipo de tratamento adequado é determinado pelo médico, considerando as características individuais de cada paciente e do câncer de pele.

Cedida


Ana Caroline: “A prevenção e a detecção precoce são cruciais no combate” 

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