Devemos proteger nossas crianças e adolescentes

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 27/03/2025
Horário 05:25

A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma das mais cruéis e devastadoras violências que podem ocorrer em uma sociedade. Uma realidade triste e alarmante, muitas vezes invisível aos olhos da sociedade, mas que continua a destruir vidas de maneira silenciosa e dolorosa. A cada novo caso denunciado, nos deparamos com uma cruel constatação: as vítimas são, na maioria das vezes, membros das próprias famílias, pessoas que deveriam ser os primeiros a proteger e cuidar.

Como noticiado por O Imparcial, o Conselho Tutelar de Presidente Prudente registrou 50 atendimentos relacionados a abuso e exploração sexual infantil no ano passado, conforme dados do Sipia (Sistema de Informação para a Infância e Adolescência). O órgão, entretanto, ressaltou que por se tratar de um sistema em fase de implantação, os números podem não refletir a totalidade dos casos.

Em muitas dessas situações, os agressores são familiares, como pais, tios, padrastos ou avôs. O mais doloroso é que, frequentemente, as vítimas convivem com seus agressores por longos períodos, sem que ninguém perceba os sinais da violência. E, muitas vezes, a vergonha e o medo silencia as crianças e adolescentes, que não conseguem encontrar uma saída para a dor que estão vivendo.

A pedofilia, um dos maiores crimes que afeta crianças e adolescentes, é um fenômeno de difícil enfrentamento, pois está inserido em relações de confiança familiar ou de convivência íntima. O agressor se aproveita da vulnerabilidade da criança ou do adolescente, manipulando, ameaçando e distorcendo a percepção do que é certo e errado. Isso torna ainda mais difícil para a vítima identificar e denunciar o abuso. O impacto psicológico, emocional e até físico dessa violência é devastador e pode marcar as vítimas por toda a vida.

É imperativo que, como sociedade, façamos um esforço conjunto para combater essa prática hedionda. A primeira medida necessária é a denúncia. É preciso entender que a omissão não é uma opção e que qualquer suspeita de abuso deve ser tratada com a seriedade que merece. Denunciar é um ato de coragem, mas também de responsabilidade. Muitas vezes, os sinais de que uma criança ou adolescente está sendo vítima de abuso sexual são sutis e podem passar despercebidos, mas a atenção redobrada de pais, educadores, vizinhos e familiares pode salvar vidas.

Não podemos mais permitir que a violência sexual contra crianças e adolescentes seja uma realidade invisível em nossa sociedade. Precisamos agir com urgência, em todos os níveis – familiar, educacional, social e jurídico – para proteger nossos menores e garantir que possam crescer em um ambiente de respeito, amor e dignidade. A sociedade precisa ser um aliado das crianças, não só para denunciar, mas para criar uma rede de proteção sólida e eficiente.

Publicidade

Veja também