Destinação correta de resíduos evita proliferação de doenças

Falta de investimentos em gestão provoca irregularidades em aterros, aponta vistoria do TCE-SP

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 20/03/2022
Horário 07:12
Foto: Cedida
Uma das formas de evitar o acúmulo de água é promover a destinação correta, o que deve ser feito pelas prefeituras e população
Uma das formas de evitar o acúmulo de água é promover a destinação correta, o que deve ser feito pelas prefeituras e população

Uma simples garrafa de cerveja, um copo descartável ou até mesmo restos de construção civil. Descartados de forma irregular, todos esses itens são potenciais criadouros de vetores transmissores de diversas doenças como, por exemplo, a dengue. Uma das formas de evitar o acúmulo de água parada é promover a destinação correta, o que deve ser feito pelas prefeituras e população.

Atualmente, a prática criminosa atinge escalada antes nunca vista e que pode ser observada em vários diferentes locais das cidades da região: parques, praças, fundos de vale, estradas e até mesmo nas ruas.

De acordo com o diretor-presidente da Transforma Energia, Felipe Barroso, são dois fatores principais para a geração irregular de resíduos. "Primeiro, a falta de um trabalho de conscientização com a população em relação à necessidade do descarte correto. Em segundo, a falta de interesse dos municípios em investir em políticas públicas, projetos ambientais e até em contratações de empresas especializadas na gestão de resíduos", opina.

Sediada em Caiabu , a empresa é responsável por um dos mais modernos complexos industriais de recebimento de resíduos do país. Por meio de parcerias com prefeituras da região, promoveu o recebimento de 6,1 mil toneladas de RCC (Resíduos de Construção Civil) e de RGV (Grandes Volumes) nos últimos meses.

Contudo, segundo ele, apenas o esforço de parcerias não resolverá o problema que cresce a cada dia. "A parceria é algo pontual, onde buscamos auxiliar os municípios na retirada de diversos tipos de resíduos, como galhos, restos de construção, entre outros. Porém, ela torna-se limitada, pois existe um custo para fomentar esse serviço", fala.

Em relação a custos, por exemplo, são gastos em torno de R$ 70 mil apenas com o transporte de 1 mil toneladas de resíduos para uma distância média de 30 km. A conta sobe quando são contabilizados os custos com processamento do material, entre outros, o que beira R$ 220 mil.

"Ou seja, apesar da boa vontade do setor privado em socorrer as cidades em casos pontuais, existe a necessidade da implantação de projetos de custeio desses serviços quando falamos em localidades com grande número de habitantes, como é o caso de Presidente Prudente, em que a demanda é bem maior", diz Barroso.

Em vigor
Desde o início deste ano, está em vigor a Lei Federal n14.026. Ela determina que as cidades que ainda não realizam arrecadação de recursos para a gestão de resíduos sólidos devem apresentar soluções para custear o serviço imediatamente.

Dados divulgados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) revelam que 35% dos quase 250 municípios fiscalizados recentemente ainda não contam com a cobrança de taxa ou tarifa decorrente da prestação de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Outra questão é a existência de pontos de descarte irregular de lixo em 49% das cidades vistoriadas.

"A taxa é uma forma do município ter recurso para pagar a coleta, transporte e a destinação final do resíduo. A cobrança é legal e consta no Marco Regulatório, tanto nacional quanto estadual. É um recurso preservado, ou seja, não se mistura com as contas da prefeitura e só pode ser usado para essa finalidade. Hoje, as prefeituras estão sendo multadas por queimar o lixo, pagar para transportar o lixo a mais de 100 km do local de origem ou dispor os resíduos em locais irregulares. Isso sai mais caro do que fazer o trabalho correto", enfatiza.

Com a falta de recursos para implantação de centros de descarte e tratamento, os municípios têm como saída a contratação de empresas especializadas na gestão de resíduos. Para baratear ainda mais, é fomentada a criação de consórcios intermunicipais.

A contratação pode ser feita diretamente pela prefeitura ou por meio do consórcio, que fará o rateio dos custos com todos os participantes. "Em ambos os casos, é necessário abrir licitação. A contratação segura e transparente ocorre por meio de certames, que são acompanhados de perto pelo Tribunal de Contas e, assim, evita que o dinheiro do contribuinte seja empregado de forma errada", diz Barroso.

Fiscalização surpresa
Nesta semana, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) realizou fiscalização surpresa para vistoriar como o dinheiro público está sendo empregado no tratamento de resíduos sólidos, verificar os serviços de coleta de lixo domiciliar e hospitalar e a existência de aterros irregulares para a destinação de resíduos da construção civil.

De forma simultânea e sem aviso prévio, a região do Oeste Paulista teve 17 municípios fiscalizados, sendo que quatro apresentaram graves problemas. Entre as principais ocorrências, foi constatada a presença de resíduos da construção civil e entulho em aterro, grande quantidade de urubus na área de transbordo, resíduos da construção civil a céu aberto, além da presença irregular de catadores em aterro e de lama misturada junto ao lixo.

“Cuidar de resíduos sólidos não é só carregar lixo para longe das pessoas. Uma política adequada cuida da estética da cidade, da saúde pública e tem tudo a ver com a preservação ambiental. Por isso, nós vamos mostrar os problemas e cobrar, para melhorar a situação da população nesse aspecto”, afirma o conselheiro-presidente do TCE-SP, Dimas Ramalho. Todas as prefeituras serão notificadas a corrigir e prestar esclarecimentos detalhados sobre cada caso.

CONHEÇA A TRANSFORMA
Primeira empresa brasileira a desenvolver um projeto que atende em 100% o novo marco regulatório de tratamento e destinação final de resíduos, a Transforma Energia iniciou suas atividades por meio de duas plantas localizadas na cidade de Caiabu - 20 km de Presidente Prudente.
Totalmente licenciadas e em plena operação comercial, as plantas de RGV, com capacidade de 20 toneladas por hora, e de RCC, com capacidade de 75 toneladas por hora, já se apresentam como a melhor alternativa para municípios e empresas na destinação correta e tratamento de resíduos sólidos.
Atualmente, outras duas plantas estão em fase de licenciamento – unidade de transbordo e Planta de Resíduos Sólidos Urbanos.

 

 

 

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