Com a decisão do governo do Estado de São Paulo de abrir mais 11 hospitais de campanha para diminuir a saturação dos leitos de enfermaria e UTI, o nosso governador indica que o caso é realmente grave, mas indica também que o Palácio dos Bandeirantes não se guia apenas pela ciência ao fazê-lo, pois o mesmo já havia dito que os tais hospitais não eram mais necessários quando os desmontou em novembro, logo após as eleições.
A nova variante do coronavírus aumentou sobremaneira a taxa de infecção na população, que já cansada de isolamento e esperar pelo tão propalado aumento de estrutura hospitalar está cada dia menos confiante nas boas intenções de nossos governantes.
Quem se lembra da história de achatar a curva para dar tempo de se preparar para a pandemia, que se dizia há um ano atrás?
Pois é, um ano se passou e a nossa região continua com apenas 14,6 leitos de UTI Covid por 100 mil habitantes, só perde para a região de Sorocaba com 13,1 leitos, sendo que Barretos possui 24 leitos por 100 habitantes e a media das regiões gira próximo a 20 leitos por 100 mil.
Com esse cenário Barretos receberá um hospital de campanha e a nossa região, que é a segunda com menor numero de leitos Covid por 100 mil habitantes no Estado, e atualmente está com 98,3% de ocupação de leitos, não vai receber nenhum hospital de campanha.
Pergunto então: Qual a lógica? Onde está a atuação do Ministério publico que é eficiente para fechar tudo, mas não cobrou um hospital de campanha em nossa região? Cadê as entidades para protestar esse absurdo? Cadê o prefeito que sumiu?
Que a nossa região historicamente tem sido sub-representada politicamente é fato, mas o que vejo hoje é um absurdo.
Um representante do PSDB, partido do governador, disse em suas redes sociais, que não falta leitos de UTI em nossa região. Um assessor de deputado, disse ainda que não receberemos o tal hospital de campanha porque já havia sido destinado na semana passada 30 leitos UTI, sendo que 10 vão para Dracena.
Muito pouco, insuficiente e injusto, pois a nossa região é a que mais sofreu em todo o Estado, por ter um comércio que vive essencialmente de serviços e é a que mais tempo está fechada. Em nenhum outro Estado da federação houve tantas restrições ao comércio como em Prudente. Termino concluindo que o combate a pandemia depende de todos, com conscientização, vacina e respeito a quem depende do seu trabalho para sobreviver, alguns estão pagando um preço demasiado alto em detrimento de outros, isso tem que ser revisto e o fato de não termos o hospital de campanha em nossa região é um recibo do desprezo do nosso governador pela região.