Nascido em Presidente Epitácio, o escritor Carlos Alberto Szücs, 70 anos, que mora desde 1971 em Florianópolis (SC), vai lançar um livro sobre a história de sua família, que veio da Áustria. A obra, que se chama “Szücs & Nagi - Classe emigrante”, terá seu lançamento neste sábado, às 18h, no Anfiteatro João Brilhante, na região da Orla epitaciana. O evento aberto ao público tem a presença já confirmada do cônsul geral da Hungria, László Zsuzsanna.
Segundo o autor, exemplares da obra serão distribuídos gratuitamente no evento. Posteriormente serão disponibilizados da mesma forma em alguns pontos da cidade, como Secretaria Municipal de Turismo e Cultura.
“A única contrapartida que sugerimos ser realizada é a de cada um, se puder, pode fazer uma contribuição ‘Pix’ indicada no marcador de páginas que acompanha cada livro. O montante arrecadado será transformado em cestas básicas a serem repassadas para a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Epitácio para que façam chegar às famílias carentes”, menciona o escritor.
Ele complementa que uma parcela desse montante (15%) será para auxiliar a Associação Recreativa e Cultural da Colônia Árpád, que realiza a manutenção do espaço ainda preservado da Colônia, localizado entre os municípios de Caiuá e Presidente Epitácio.
Segundo Carlos, com cunho de publicação de um livro, é sua primeira obra. Contudo, sob o ponto de vista de sua carreira profissional, tem dissertação de mestrado, tese de doutorado e diversos trabalhos técnico-científico na área da engenharia civil com ênfase nas estruturas de madeira aplicadas sobre novas tecnologias e com enfoque ecológico e ambiental.
Carlos conta que a ideia de escrever o livro surgiu ao longo do tempo, quando ele e suas irmãs conversavam sobre os antepassados e sobre o motivo da vinda deles para o Brasil. Eles que viviam no Império Austro-Húngaro. No caso deles, mais precisamente na região do Reino da Hungria.
“E conversávamos também sobre como era a vida na Colônia Árpád. Percebemos então que tínhamos muitas histórias e fotografias para deixarmos toda essa riqueza histórico-cultural registrada e ilustrada, dessa que foi considerada a maior colônia húngara no Brasil. E assim foi feito”, expõe o escritor, que trabalhou na obra ao longo dos últimos quatro anos, o que iniciou em rodas de conversas entre irmãos, sempre gravadas em áudio. “Nos últimos dois anos, já com tudo registrado, passamos à parte de pesquisas em livros e pela internet para bem entendermos o contexto histórico”, acrescenta.
O epitaciano menciona que a parte mais importante do processo de pesquisa está pautada nos relatos daqueles que viveram os áureos tempos da Árpád Falva. Além disso, teve a parte de pesquisa sobre a história da formação da nação húngara e origem do povo húngaro. Inclusive para se entender melhor a origem do nome da colônia, Árpád, e do nome do templo católico, Santo Estevão, ali existente e ainda preservado.
“PERCEBEMOS QUE TÍNHAMOS MUITAS HISTÓRIAS E FOTOGRAFIAS PARA DEIXARMOS TODA ESSA RIQUEZA HISTÓRICO-CULTURAL REGISTRADA E ILUSTRADA, DESSA QUE FOI CONSIDERADA A MAIOR COLÔNIA HÚNGARA NO BRASIL. E ASSIM FOI FEITO”
Carlos Alberto Szücs
Sobre as abordagens que a obra levanta, conforme já comentado, Carlos frisa que é um registro histórico desde os tempos em que as duas famílias ainda estavam na Europa. “Papai veio com 12 anos de idade e mamãe com 7. Até os tempos em que viveram na colônia, onde chegaram em 1925. Mais tarde se conheceram e se casaram em 1936”, exalta o descendente húngaro.
Carlos pontua que vale ressaltar que para além de uma história de família é uma obra que coloca em evidência toda uma história da própria colônia, que esteve inserida no contexto histórico de Presidente Epitácio, cuja emancipação política se deu em 1949.
De acordo com o escritor, sem dúvida alguma, resgatar a história da própria família gerou momentos de muita emoção, pois os leitores poderão verificar, ao mergulharem no tempo de muitos acontecimentos alegres, mas sem deixar de conhecer os momentos de muita tristeza. “No decorrer do texto, encontrarão 41 relatos que julgamos mais emblemáticos e que estão apresentados como ‘Memórias’. Isso, ao longo das 214 páginas do livro”, adianta.
Conforme o autor da obra, a importância de documentar a imigração do seu povo para o Brasil está no conhecer mais a fundo todo o valor histórico do que viveram e que não poderia se deixar perder no tempo. “Aprendemos com toda essa história a reconhecer a bravura de nossos antepassados e a respeitarmos cada vez mais todos eles, inclusive seus vizinhos e conhecidos que viviam na colônia e que tinham histórias semelhantes”, acentua o escritor.
Carlos ressalta que um ponto importante a ser destacado é o de poder realizar, em paralelo, um sonho de seus pais, pois assim eles os criaram: de poder ajudar o próximo. Por isso é que o livro foi integralmente bancado pelos familiares, logo serão distribuídos gratuitamente. “Mas com a possibilidade de todos os leitores poderem fazer parte de uma ação social de ajudar o próximo, conforme consta no marcador de páginas. Juntos, faremos a diferença a partir de uma pequena, mas representativa contribuição individual e na medida da possibilidade de cada um”, enfatiza.
SAIBA MAIS
Árpád Falva:
Falva significa vilarejo, bairro, colônia.
Árpád é o nome do guerreiro líder das sete tribos que conquistaram o espaço para fundarem a nação húngara.
Árpád Falva pode ser entendido como Colônia Árpád.
Foi o nome dado à colônia húngara do oeste paulista.
SERVIÇO
Informações sobre como adquirir o livro poderão ser obtidas pelo meu próprio e-mail [email protected]