Denúncias de maus-tratos incitam inquéritos

MPE e Polícia Ambiental instauraram procedimentos sobre cavalos da Cidade da Criança; Prefeitura afirma que foi “sabotagem"

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 28/03/2017
Horário 09:35


O MPE (Ministério Público Estadual) e a Polícia Militar Ambiental investigam denúncia de supostos maus-tratos de cavalos no Parque Ecológico Cidade da Criança, em Presidente Prudente. Imagens de cavalos em uma área, aparentemente sem acesso à água e alimentação, movimentaram as redes sociais ontem, especialmente diante da gravação de uma égua extremamente magra, com uma aparência lânguida e doente em meio aos ossos ressaltados e pelos opacos.

Jornal O Imparcial Égua foi "acolhida" na Cidade da Criança e é tratada por doenças pré-existentes

Por volta das 12h30, uma comitiva liderada pelo prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) se dirigiu ao complexo para verificar in loco a situação dos 13 equinos abrigados no local. As pastas de Meio Ambiente e Turismo foram acionadas para investigar a situação dos animais, segundo o chefe do Executivo, e a Polícia Ambiental também acompanhou a ação.

O tenente Júlio César Cacciari de Moura informou que não foram constatadas inicialmente irregularidades ambientais ou maus-tratos aos animais, que estão recebendo acompanhamento da equipe do Hospital Veterinário. "Verificamos que onde os cavalos estavam era possível ter acesso à água e alimentação", esclarece.

O coordenador do hospital, Vivaldo Lauro Langhi, explica que existem ao todo quatro piquetes que abrigam os animais na Cidade da Criança, sendo que dois são utilizados enquanto dois ficam inativos, para a reformulação do pasto. Nesse período, o cocho fica sem água para evitar a proliferação de criadouros do Aedes aegypti, vetor da dengue. Após o processo, os piquetes são reativados e os outros dois ficam inativos pelo mesmo motivo, criando um sistema de "rodízio" das áreas.

De acordo com o prefeito, um ex-funcionário tirou os cavalos do piquete onde estavam e os colocou em outro, desativado, para "simular a falta d’água e de alimentação, em uma tentativa de sabotagem". Ele afirmou que não tolerará esse tipo de ação e que buscará a responsabilidade criminal sobre o fato, pedindo, inclusive, indenização por danos morais ao complexo e aos profissionais que cuidam dos equinos.

Já sobre a égua que aparece no vídeo, o coordenador do hospital veterinário esclarece que a doença crônica do animal é pré-existente e está sendo tratada. "Ela tem 15 anos e estava sendo utilizada para puxar carroça, apesar da idade. Chegou aqui com escoliose, já bem debilidade e nós a acolhemos", esclarece. Ele lembra que recentemente uma vistoria foi realizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente no complexo e que nenhuma irregularidade ambiental foi encontrada. Ainda assim, por conta da denúncia, um procedimento administrativo foi aberto internamente pelo Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista) para a apuração dos fatos.

O promotor de Justiça, André Luis Felício, por sua vez, se reuniu com o corpo técnico do Parque Ecológico Cidade da Criança e foram prestados os devidos esclarecimentos sobre a denúncia de maus-tratos de alguns equinos. O inquérito civil continua, agora com a oitiva dos denunciantes.

 
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