Dengue e automedicação: um alerta 

OPINIÃO - Luis do Nascimento Ortega

Data 10/04/2025
Horário 04:30

É comum as pessoas fazerem uso de medicamentos por “conta própria”, sem prescrição por um profissional habilitado, o que chamamos de automedicação. Um dos problemas disso é a possibilidade de reações adversas inesperadas e graves, especialmente quando são consumidos em excesso ou combinados de maneira inadequada. 
Analgésicos e anti-inflamatórios, quando usados sem critério, podem causar problemas renais, hepáticos e gastrointestinais. Cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos: o que pode ser seguro para uma pessoa pode representar um grande risco para outra. 
Outro perigo da automedicação é a resistência bacteriana. O uso indiscriminado de antibióticos tem levado ao surgimento de bactérias cada vez mais resistentes, tornando infecções simples em desafios médicos complexos. 
O uso prolongado de certos medicamentos também pode levar à dependência química e a danos irreversíveis ao organismo (como o daqueles voltados para a ansiedade). 
Seja por falta de tempo para ir ao médico ou por acreditar que já conhecem o tratamento adequado, o uso indiscriminado tornou-se um hábito perigoso e, muitas vezes, fatal. 
Existem situações em que se deve tomar muito cuidado, como nos casos de dengue. Os sintomas são comuns a outras doenças. Os pacientes costumam apresentar febre, com duração de dois a sete dias. Ela pode estar acompanhada de náuseas, vômito, dores no corpo, dores nas articulações, dor de cabeça ou dor no “fundo do olho”. 
O tratamento medicamentoso da dengue é sintomático e de suporte, ou seja, para atenuar os sintomas. O objetivo também é evitar complicações, especialmente a desidratação e hemorragias. 
A hidratação, feita por meio de reposição de líquidos, é essencial. Isso porque uma das complicações mais graves da doença é a desidratação. O paciente deve ingerir muita água, soro caseiro e sucos naturais. Em casos mais graves, pode ser necessária a hidratação venosa no hospital. Para combater a febre e as dores, são utilizados analgésicos (dores) e antitérmicos (febre). Alguns são seguros, como o paracetamol e dipirona. Outros medicamentos devem ser evitados, como o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e outros anti-inflamatórios, pois aumentam o risco de hemorragias. 
Por isso, é fundamental que, ao apresentar sintomas suspeitos da doença, a pessoa procure imediatamente um médico para obter o diagnóstico correto e seguir um tratamento seguro. Não se automedique! É necessário o monitoramento médico e, em alguns casos, internação. O corpo precisa de tempo para combater a infecção, então o descanso é essencial. 
Concluindo: é preciso lembrar que a saúde é um bem precioso e deve ser tratada com responsabilidade. O uso inadequado de medicamentos pode transformar um simples problema de saúde em uma condição grave ou até fatal. Portanto, antes de tomar qualquer remédio, reflita sobre os riscos e consulte um profissional qualificado. Se houver suspeita de dengue, é fundamental procurar um serviço de saúde para o adequado diagnóstico antes de tomar qualquer medicamento para evitar complicações graves.
 

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