Dengue mais uma vez. O assunto é repetitivo. Às vezes cansa ler sobre isso, cansa também escrever... Já não há muito mais o que falar. A impressão que dá é que todo mundo já sabe de cor e salteado, todas as medidas a serem tomadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Mas, mesmo assim, as pessoas insistem em não se prevenir. E a situação só piora...
Toda semana, há pelo menos uma notícia relacionada à dengue neste diário. Cidades com novos registros ou óbitos, divulgação do IB (Índice de Breteau) e de IIP (Infestação Predial) indicando risco de surto, município decretando situação de emergência em razão de epidemia da doença.
Na edição de ontem, trouxemos que, em apenas quatro meses, o Brasil já alcançou praticamente o mesmo número de casos de dengue de 2021. Foram 542 mil infecções prováveis entre janeiro e abril deste ano, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Nos 12 meses de 2021, foram registrados 544 mil. Somente na comparação entre o primeiro quadrimestre de 2022 com o de 2021, a alta é de 113,7%.
O número de mortes também se aproxima do registrado em todo o ano passado. Até agora, já foram 160 casos confirmados, sendo 56 em São Paulo, que concentra a maior incidência. Há ainda 228 óbitos em investigação. No último boletim epidemiológico sobre casos de dengue em 2021, o Ministério da Saúde havia notificado 240 mortes pela doença e outros 62 casos em investigação.
A situação realmente preocupa. Nem estamos mais no verão, e os casos continuam subindo. O receio é de que, se não houve maior comprometimento da população para limpar as áreas que podem alojar os mosquitos, o número de casos da doença fique muito maior do que no ano passado.
A pandemia de Covid-19, de fato, prejudicou o trabalho de fiscalização dos agentes de saúde e tirou o foco da população. Mas a “faxina” semanal precisa voltar a acontecer. A preocupação com a limpeza de sua moradia, do seu trabalho, para eliminar a possibilidade do Aedes se proliferar, deve ser constante.
O que é mais perigoso são os pequenos recipientes. O vaso da planta, o ralo, o potinho de água do cachorro, o entulho, o pneu. Onde menos esperamos está o perigo. Tudo isso deve ser vistoriado sempre. Não precisa fazer muito. Basta fazer a sua parte!