Funcionários da Escola Estadual Fernando Costa, antigo IE, em Presidente Prudente, apresentaram descontentamento com a demarcação de Zona Azul no quarteirão da Avenida Washington Luiz, na altura do número 672, que inclui a extensão da instituição de ensino. A medida executada ontem, segundo o titular da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), Oswaldo de Oliveira Bosquet, é apenas a regulamentação da regra, visto que "já existia no mapa, entretanto, não estava pintada".
De acordo com os reclamantes, com o atual sistema de cobrança, os profissionais da organização escolar terão dificuldades para encontrar vaga "gratuita" nas proximidades da escola. Eles pontuam que cumprem carga horária média de trabalho de, pelo menos, 8 horas, e o pagamento de R$ 1,50 por cada 60 minutos estacionado ficaria inviável. "Aqui é uma repartição pública e deveríamos ter o direito ao estacionamento gratuito na via", considera a professora Karina Silva, 40 anos.
Quarteirão da Avenida Washington Luiz onde está a escola recebeu sinalização de Zona Azul
Atualmente, como informado pela administração da unidade escolar, cerca de 140 trabalhadores exercem funções nas dependências da escola, divididos em servidores gerais, setor administrativo e pedagógico. Sendo estes os responsáveis pela coordenação dos 1,5 mil alunos dos ensinos médio e fundamental.
Segundo Bosquet, os questionamentos "não possuem fundamento", uma vez que este sistema controla a "democratização do espaço público". O secretário esclarece que as permissões para embarque e desembarque e de pessoas com deficiência, como previsto pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro), continuarão no local. Ele comenta que a regra de Zona Azul é válida de forma igualitária para todos, sobretudo aos que precisam estacionar seu veículo para se deslocar ao local de trabalho, seja ele público ou privado.
"Indignados"
Para a agente de organização escolar, Vera Antonia Martins, 60 anos, a implantação é "abusiva". Conforme ela, o espaço prejudicará sua rotina de trabalho, considerando a possibilidade de não encontrar vagas em outros locais. "Trabalho 9 horas por dia. Se eu pagar R$ 1,50 por hora, gastarei R$ 13,50 diariamente. Não tenho condições", calcula.
Já para a secretária da unidade escolar, Marília Nogueira Fernandes Laurindo, 32 anos, a nova "imposição" prejudicará não somente os funcionários do local, mas também o fluxo de pais de estudantes. "Muitos estacionam aqui para deixar um documento. Agora, ficará complicado", analisa, pontuando que estes terão de comprar o cartão de Zona Azul.