Dando continuidade a abordagem sobre o tema da violência doméstica em Presidente Prudente e região, a reportagem de O Imparcial colheu as perspectivas da delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Presidente Prudente, Denise Simonato, a respeito do trabalho e o processo de investigação na unidade a respeito dos casos de violência contra as mulheres no município.
Ela contextualiza que a alta de registros de violência doméstica nos últimos anos pode estar relacionada ao aumento das notificações. Isso porque, segundo a delegada, a ampla divulgação dos direitos das mulheres tem encorajado cada vez mais vítimas a denunciar seus agressores. “Acreditamos que o aumento dos índices não está relacionado diretamente ao aumento da violência, mas sim ao aumento das notificações, uma vez estar havendo ampla e recorrente divulgação dos direitos das mulheres, o que vem as encorajando a denunciar seus agressores”, pontua Denise. Ela indica que os tipos mais comuns de violência contra mulheres que chegam na DDM de Presidente Prudente são: lesão corporal dolosa, ameaça e injúria.
Contudo, a delegada pontua que as mulheres ainda enfrentam diversas dificuldades ao denunciar casos de violência na região, como o medo de retaliação por parte do agressor e a falta de apoio familiar. Para contornar este empecilho, a DDM de Presidente Prudente tem implementado diversas iniciativas para combater a violência contra mulheres, como a divulgação das previsões constantes na Lei Maria da Penha, visando encorajar as vítimas a denunciarem seus agressores.
INVESTIGAÇÃO NA DDM
A investigação de casos de violência contra mulheres na DDM de Presidente Prudente segue um processo que começa com o registro do boletim de ocorrência e, se desejado pela vítima, o pedido de concessão de medidas protetivas, que é encaminhado ao fórum para apreciação judicial. Depois, é instaurado um inquérito policial, onde são coletadas provas testemunhais e periciais. Ao final, o procedimento é encaminhado ao fórum para prosseguimento da fase judicial.
Segundo a delegada, a taxa de solução dos casos de violência contra mulheres no município é alta, uma vez que esses casos sempre têm autoria conhecida.
Por fim, Denise recomenda que as mulheres vítimas de violência doméstica busquem ajuda imediatamente e não tenham medo de denunciar seus agressores. “Elas podem se dirigir à Delegacia de Polícia mais próxima, registrar um boletim de ocorrência e pedir a concessão de medidas protetivas. O registro do boletim de ocorrência também pode ser feito de forma online, caso a vítima desejar. Além disso, as comunicações também podem ser feitas através de denúncias anônimas, efetuadas através dos números 180 e 181”, narra a delegada.
DENUNCIAR É ESSENCIAL
Questionada sobre como a sociedade pode ajudar a combater a violência contra mulheres em Presidente Prudente, Denise expõe que a sociedade, como um todo, tem que buscar mudar a cultura machista. “Deve começar com as crianças nas escolas, no seio familiar, nas comunidades em geral, visando valorizar a mulher e respeitar seus direitos”. Para ela, fundamental também é: “denunciar situações de violência doméstica sempre que tivermos conhecimento delas e prestar apoio integral às mulheres vítimas”, aconselha a delegada titular da DDM de Presidente Prudente, Denise Simonato.