De 2010 a 2022, região de Prudente tem crescimento populacional de 3%; veja números por município

De 2010 a 2022, a população da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo cresceu 3%, apontam os primeiros resultados do censo demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. Em 2010, as 53 cidades localizadas no oeste paulista somavam 833.530 habitantes, número que saltou para 858.554 em 2022.

Presidente Prudente, a capital da região administrativa, apresentou aumento de 8,70%, passando de 207.610 munícipes em 2010 para 225.668 em 2022.

Os maiores crescimentos populacionais foram registrados em Narandiba (33,23%), onde a população foi de 4.288 para 5.713 pessoas; em Paulicéia (25,49%), com salto de 6.339 para 7.955 habitantes; em Álvares Machado (15,87%), que demonstrou evolução de 23.513 para 27.245 moradores; em Alfredo Marcondes (14,24%), que passou de 3.891 para 4.445 cidadãos; em Pacaembu (12,48%), que foi de 13.226 a 14.877 habitantes; e Tupi Paulista (11,11%), cuja população cresceu de 14.269 para 15.854 residentes.

Já as maiores reduções foram observadas em Irapuru (-23,76%), cujo contingente passou de 7.789 para 5.938 habitantes; Euclides da Cunha Paulista (-17,33%), onde o quantitativo foi de 9.585 para 7.924 munícipes; Flora Rica (-15,13%), indo de 1.752 para 1.487 moradores; Santo Anastácio (-12,27%), onde a população caiu de 20.475 para 17.963 residentes; Rosana (-11,43%), que passou de 19.691 para 17.440 cidadãos; e Mariápolis (-10,29%), diminuindo de 3.916 para 3.513 pessoas.

Fatores que justificam

O sociólogo prudentino Marcos Lupércio Ramos expõe que, com base nesses primeiros resultados, o crescimento populacional na região ficou abaixo da média nacional (6,5%). Segundo ele, a situação surpreende o próprio IBGE, pois, conforme tendências apontadas pelos dados do censo de 2010, o órgão apontava maior aumento da população brasileira em 2022.

O profissional explica que podem ser elencados alguns fatores que justificam esse baixo crescimento, como a diminuição das taxas de fecundidade (redução do número de filhos por mulher) e natalidade (redução do número de nascimentos) no país.

“Tais processos estão relacionados a aspectos econômicos, como desemprego e queda da renda, mas também a aspectos culturais, como o aumento do conhecimento via educação, o que permite maior prevenção em termos de gravidez, como também a maior inserção da mulher no mercado de trabalho”, analisa.

No caso específico da região de Prudente, Marcos acrescenta o aumento da migração interna. “Isto é, pessoas mudando-se para polos econômicos mais dinâmicos, como cidades maiores e a região Centro-Oeste do Brasil”, pondera.

O docente completa que, na transição demográfica, haverá crescimento da população idosa e, consequentemente, do número de pessoas aposentadas, o que irá demandar, cada vez mais, políticas públicas para esse segmento da população.

Retrato mais fiel

Questionado sobre a importância de se ter acesso a esses primeiros resultados do censo ao invés de uma prévia ou de uma estimativa, o sociólogo esclarece que, com a consolidação dos dados, haverá toda uma “acomodação” em termos de políticas públicas, a começar pela distribuição das verbas federais a Estados e, principalmente, aos municípios, em áreas como saúde e educação, “pois o retrato das necessidades populacionais é mais fiel”.

“Antes [nos anos entre 2010 e 2022], havia uma ‘projeção’ no número de habitantes de cada município, cada um querendo superestimar essa quantidade para receber mais recursos. Agora, muitos terão que se adequar com recursos menores, a menos que ocorra aumento na arrecadação de impostos e taxas públicas como um todo”, avalia.

Evolução da população regional de 2010 a 2022

Fonte: IBGE