Dança InPrudente busca espaço para apresentação

Conforme a professora e bailarina Helga Urel, a companhia está em busca de parceiros que possam ceder um local para as apresentações.

VARIEDADES - Oslaine Silva

Data 28/08/2013
Horário 09:56
 

Por conta do embargo do Ministério Público (MP), o Teatro Municipal Procópio Ferreira não poderá receber eventos por tempo indeterminado. Dessa forma, o "Brincando com Candinho", novo espetáculo do projeto Dança InPrudente, com estreia marcada para hoje no espaço, foi adiado e poderá ser apresentado em 30 de setembro, caso a companhia consiga novo local. De acordo com o secretário de Comunicação, Marcos Tadeu, o Procópio Ferreira está todo reformado, porém, como o prédio da Prefeitura não está totalmente legalizado dentro das normas de seguranças exigidas, a recomendação do MP é de que o local permaneça fechado até que a documentação da área esteja regularizada. E informa que estão em fase de propositura para viabilizar as adequações que ainda devem ser feitas e assim retorne o funcionamento normal do teatro.

Conforme a professora e bailarina Helga Urel, a companhia está em busca de parceiros que possam ceder um local para as apresentações. "Estamos visitando alguns lugares que possuem espaços amplos. Precisamos de um local que tenha estrutura de som e iluminação adequada ao que propõe o espetáculo. Mas estamos confiantes que encontraremos. Tudo vai dar certo e será um sucesso", estima.

Falando sobre o espetáculo, a professora explica que foi criado, baseado em quadros do grande pintor Candido Portinari, que ressaltam a infância interiorana do artista e as típicas brincadeiras infantis de sua época. "O objetivo é com ele envolver as crianças no universo infantil de Portinari, fazendo um passeio lúdico pelas obras deste grande artista. Na ocasião, frases do próprio artista sobre seus quadros são narradas por alunos da companhia", destaca.

Urel afirma que as crianças "viajam" com o espetáculo, reconhecendo as brincadeiras e os brinquedos, nomeando-os, aplaudindo e querendo brincar e dançar com os bailarinos, o que se transforma num espetáculo dentro do espetáculo. "Para quem conhece e aprecia Candido Portinari, é uma oportunidade de ver e reler parte de sua obra. Para quem não o conhece é a oportunidade de ver e se apaixonar por este artista tipicamente brasileiro", acentua. Além de Prudente, Assis, Bauru e Marília também receberão "Brincando com Candinho".

 

Produção


Apresentando um pouco mais sobre o espetáculo, Urel narra que nele é utilizada a linguagem em vídeo de dois dos quadros do pintor, sendo um deles já na abertura, uma produção de José Ursulino de Oliveira, que insere em cada um dos quadros um integrante do elenco. "Talvez vocês não entendam ao lerem aqui , mais um motivo para não perderem quando chegar o dia. Esse vídeo ficou tão bonito que foi disponibilizado no blog do projeto www.danca-inprudente.blogspot.com. Dê uma olhadinha e entenderão melhor o que estou dizendo", instiga.

De acordo com a bailarina, o responsável pela coreografia do espetáculo foi o coreógrafo Henrique Talmah, residente da Cia Brasileira de Ballet, no Rio de Janeiro. "Foi maravilhoso, um momento muito feliz para nós quando ele, dono de uma linguagem coreográfica contemporânea toda articulada e cheia de ideias geniais, deu vida e magia ao nosso espetáculo", ressalta. "Brincando com Candinho" está agendado para contemplar as 21 escolas da rede municipal de Presidente Prudente, para isso necessita de lugar certo.

 

No palco


Em sete quadros, num total de 32 minutos de espetáculo, o público verá no palco nove bailarinos, todos professores da companhia dando vida à peça. São eles: Catarina Scarabottolo, Farlei Ferenzi, Fernanda Benvenuto, Juliana Tasumoto, Lígia Faria, Mariana Silva, Natália Marques, Nélio de Paula e Tamara Barbosa.

"O tempo de duração não pode ser muito longo, porque é voltado para crianças. Algo em muito tempo pode tornar cansativo para elas. A peça é muito lúdica, com bolas, pipa, pião, bambolê, bicicleta, peteca, magia, enfim, brinquedos que antes eram muito utilizados pelas crianças. Acaba que sendo um resgate cultural infantil".

Segundo a professora, antes das apresentações, todas as escolas beneficiadas com a peça recebem da companhia uma apostila impressa e outra em CD, onde estão sugestões para os professores trabalharem com seus alunos antes de assistirem o espetáculo.

 

Resposta e estímulo

Urel comenta que a experiência de enviar o material antes de apresentado, para ser analisado e experimentado pelos professores no planejamento das aulas, foi muito positiva e até surpreendeu pela forma como isso foi trabalhado. Para dar um exemplo, ela conta que recebeu de Ricardo Orso, da Fundação Assisense de Cultura, responsável por levar o espetáculo para Assis, um e-mail onde ele dizia que no planejamento falaram sobre o projeto usando a interdisciplinaridade como tema e de modo geral foi uma discussão muito proveitosa e emocionante.

Conforme a bailarina, Orso disse que a professora de Educação Física trabalhou as brincadeiras retratadas nas telas de Portinari, como pula-pula, carniça, corda, biroca, bilboquê; a de Artes falou das telas dele; a de Geografia discutiu onde ficava Brodowsky, no Estado de São Paulo; o de Matemática estudou o cubismo; o de História as vanguardas de virada do século e o minimalismo brasileiro; o de Língua Portuguesa explorou o intertexto de como um pintor "vira" dança (ensino fundamental), e como as artes podem ser tema para as cênicas (ensino médio); o de Sociologia falou do sentimento caipira que constitui o espaço/tempo. "Me surpreendi com a criatividade e o empenho como absorveram o projeto", exclama.

 

Dança In Prudente

O projeto tem como mote dos seus espetáculos a formação de público. Para tal, procuram temas dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A vertente formação do projeto conta hoje com 180 alunos de 1º a 3º ano estudando dança gratuitamente. Neste semestre, a companhia realizará exames da Royl Academy Of Dance e também abriu para agosto 20 novas vagas para crianças a partir dos 6 anos. A carga horária da turma de iniciação deve ser de seis horas semanais, divididas em três dias na semana (terça/quinta e sexta-feira).

Urel relata que o primeiro espetáculo do grupo "Muito Prazer - eu sou a dança" (2011) conta uma pequena história da dança e está em cartaz até hoje. Já foram mais de 50 apresentações. No ano passado, "Elementos" destacando os quatro elementos da natureza, passando de 30 apresentações. Agora a escola de dança trabalha o "Brincando com Candinho" que promete ser sucesso.

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