O aumento exponencial de casos de dengue emPresidente Prudente tem sobrecarregado a capacidade de atendimento de hospitais públicos e privados da cidade. O cenário crítico levou a Prefeitura a decretar situação de emergência em saúde pública na sexta-feira (7) da semana passada, em meio a duas mortes confirmadas e 743 casos da doença naquela ocasião. Até esta sexta (14), o município contabilizava 1.116 ocorrências da doença e 5.992 notificações.
No HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente, os atendimentos por dengue cresceram 10 vezes em comparação ao mesmo período do ano passado e saltaram de 20 em janeiro de 2024 para 211 no mesmo primeiro mês deste ano. A unidade afirma que mantém a assistência a todos os pacientes, mas recomenda que em casos leves ou moderados busquem as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ou UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para evitar sobrecarga. “Embora tenha registrado um aumento significativo no número de pacientes com quadro de dengue, a unidade segue atendendo a todos que procuram seu pronto-socorro, garantindo a continuidade do atendimento e a qualidade assistencial. No entanto, a demanda por atendimentos, especialmente para casos leves, tem crescido”, destacou a instituição.
Já a Santa Casa de Misericórdia registrou 1.412 notificações de suspeita de dengue entre janeiro e 10 de fevereiro – alta de 185% em comparação com novembro e dezembro de 2024 (495 notificações). A unidade indica que opera em capacidade máxima, com filas de espera ampliadas. Para reduzir impactos, criou uma sala exclusiva para pacientes aguardando exames e estuda ampliar o número de médicos no pronto-socorro. “O desafio é grande, mas estamos adaptando a estrutura”, informou o hospital.
No Hospital Unimed, antigo Nossa Senhora das Graças, 721 consultas por suspeita de dengue foram realizadas em janeiro, com 291 confirmações e cinco internações. A taxa de ocupação geral chegou a 88%, mas a rede adota parcerias para monitorar pacientes e evitar agravamentos. “Atuamos com hidratação ambulatorial para reduzir hospitalizações”, explicou a instituição, que também reforçou orientações sobre prevenção ao Aedes aegypti.
O Hospital Iamada relatou aumento no pronto-atendimento, mas destacou que a maioria dos casos não requer internação. “Seguimos os protocolos para avaliação de cada caso individualmente e aqueles que não necessitam de internação são acompanhados com retorno dos pacientes, acompanhamento de exames laboratoriais e tratamento em nível ambulatorial”, afirmou a unidade.
Na sexta-feira da última semana, a Prefeitura de Presidente Prudente decretou situação de emergência na saúde pública devido ao avanço da dengue. O IP (Índice Predial) de 3,6 colocou a cidade em alerta, agravado pelo alto volume de chuvas.
Diante do expressivo aumento de notificações, com 743 casos confirmados e dois óbitos até a semana passada, o Decreto nº 36.275/2025, assinado pelo prefeito Milton Carlos de Mello, Tupã (Republicanos), autorizou contratações temporárias, horas extras e intervenções em imóveis com focos do mosquito.
Na sexta passada, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu, através do SUS (Sistema Único de Saúde) Paulista, 24 mil testes rápidos e 20 mil doses da vacina Qdenga do Estado, destinadas a crianças e jovens de 10 a 14 anos.
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