Pensantes, críticas, decididas e argumentadoras... Desta forma se revelam algumas crianças já nos seus primeiros anos de vida... Antes de acolher qualquer direcionamento, questionam, se negam e buscam testar até onde conseguem ir. Atitude contemporânea? Temperamento forte? Muitos pequenos são assim, ainda mais quando estão motivados por informações e recursos tecnológicos desde seu nascimento! Estudos mostram que 30% da conduta humana é determinada pela genética... Porém, a criação e a educação influenciam a personalidade, em sua maioria.
Por aqui, meu filho que está prestes a completar 5 anos, normalmente assume liderança em grupo, gosta de mostrar-se independente e dono do próprio nariz no convívio social... Exige poda, lapidação, incansavelmente nestas ocasiões... É preciso o olho no olho, a conversa firme e franca! É do tipo que respeita, mas cobra explicações... Questiona, quer respostas práticas, não se contenta com o que não compreende... pede esclarecimentos... Não fica com dúvida. Aliás, quem? Têm dias que me canso, não quero cobrar o tempo todo, dou linha na pipa para que eu e ele respiremos... também preciso ceder, aprender a receber a negativa e refletir sobre ela. Às vezes, só quer ser ouvido!
Desde muito cedo, as crianças se opõem ao “não”. Berram, esperneiam, choram, se jogam no chão, em frente a estranhos e conhecidos. A birra é a forma que encontram para lidar com o turbilhão de sentimentos e mostrar a frustração diante de ter a vontade negada ou vetada, até mesmo por sua segurança. Eles não têm noção do perigo, do risco, das consequências…
Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, aqui, as cenas eram corriqueiras. E nestas horas, a princípio, a gente não sabia o que fazer, principalmente em ambientes públicos. A dúvida era se ignorava, corrigia ou enfiava a cabeça no primeiro buraco que encontrasse. Gênio forte não pode ser sinônimo de desobediência!
No início, por falta de informação, pareceu tão difícil, incontrolável... Nesta fase, as crianças mergulham na terrível adolescência infantil, já abordado em artigos anteriores, uma tenebrosa crise dos dois anos, que parece não acabar nunca. E lembra-se daquela frase "O dia em que você for pai, vai entender". Pois é, a gente descobre isso logo que os pequenos nascem... E, com medo do julgamento social, trava. Se corrigimos em meio aos outros, somos condenados e, se não fizermos nada, da mesma forma “cravam pregos nas mãos e pés”.
Pois bem, a melhor forma de vencer a birra é entendê-la como um feedback emocional, que deve ser contornado e resolvido pelo adulto, pois nem mesmo a criança sabe como lidar com seus sentimentos. Há aqueles que se utilizam de unhadas, mordidas e tapas, atitudes comuns nesta fase... Ajudá-los a se controlar é a melhor saída nestas ocasiões. Também não perca o controle da situação, saia do ambiente, se necessário, espere a criança se acalmar e depois converse. Ameaçar ou mesmo partir para a agressão física não funciona.
As explosões emocionais devem ser bem interpretadas pelos pais, que não podem comparar a conduta dos filhos com outros da mesma faixa etária. Aliás, cada um reage de um jeito. Não presos ao fato de que se o comportamento humano é influenciado em sua maioria pela genética ou o ambiente, educar um filho requer paciência, entendimento das necessidades, humildade, respeito, amor... É uma troca de experiências e vivências... Quantos irmãos que desfrutam da mesma educação paterna e materna se constroem totalmente diferentes? E se ainda nos falta maturidade em muitas ocasiões. Imaginam a eles? Sem poções mágicas, nem sempre acertamos... mas seguimos no objetivo de não anularmos sua personalidade ao educá-los!
dicas de leitura
Fiz o que pude
O livro apresenta uma história de coragem, ética e reconhecimento, por meio de um valente passarinho. No enredo, animais de todas as espécies conviviam em harmonia na floresta e davam seus palpites de como poderiam cuidar do local que moravam. Porém, uma pequenina ave passava despercebida e nunca apresentava as suas sugestões. Um dia, o fogo começou a destruir a floresta, e os animais apavorados só pensavam em fugir. No entanto, o passarinho voou até o riacho, encheu o bico de água e, incansavelmente, levou até o fogaréu. Outros bichos, admirados, questionaram a ave: “De que adianta todo seu esforço, se você não conseguirá apagar o fogo da floresta?”, e ele retrucou: “Sei disso, mas quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o que fiz para evitar a destruição, posso responder: ‘Fiz o que pude’.” Essa história promete engajar o pequeno leitor e conscientizá-lo de que ele também pode fazer a parte dele na sociedade.
Autor: Lucília Junqueira de Almeida Prado
Editora: Moderna
Páginas: 40
Preço: R$ 42
Foto: Divulgação
De cara com o espelho
O livro convida os jovens a analisarem, com muito bom humor, os mitos sobre a obesidade infantil, e indica caminhos para uma vida melhor, sem preconceito, neurose, estresse e com muita saúde e alto astral. Para isso, a autora apresenta sete crônicas com situações vividas e ouvidas por ela. O leitor conhecerá Duda, que sofre com as piadinhas de mau gosto de seu tio, que insiste em falar que a garota tem pneus na barriga; Marcela, que não gosta das aulas de educação física, pois se sente mal usando o short escolar; Fabinho, que é diabético e passa a vida desanimado; Ligia, que precisa comprar um vestido para sua festa, mas tem dificuldades por conta do sobrepeso; Fred, que por sua vez, quer crescer, mas todos o tratam feito bebê; e Rubinho, que fica dividido entre a alimentação da casa da sua mãe e do seu pai, pois possuem cardápios muito diferentes.
Autor: Leonor Corrêa
Editora: Moderna
Páginas: 64
Preço: R$ 46
Foto: Divulgação