Criança aprende com o exemplo dos pais

EDITORIAL -

Data 05/04/0203
Horário 04:15

Se antes, para passar o tempo ou se divertir, as crianças ficavam até tarde na rua, brincando de bola, esconde-esconde, queimada, ou andando de bicicleta com os amigos, a realidade agora é outra. Preferem, muitas vezes, ficar em casa. E os “colegas” também são outros: aparelhos de TV, videogames, computadores, tablets e celulares, o que acaba inibindo a prática de atividades físicas e brincadeiras sadias, ocasionando, claro, diversos problemas de saúde.
Conforme matéria publicada na edição de hoje, o excesso de telas entre jovens pode causar dores nas costas e puberdade precoce. O alerta é de um estudo financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e publicado na revista científica Healthcare. Entre os fatores de risco está o uso de telas por mais de três horas por dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e na posição sentada. 
Quando a criança está irritada, inquieta, é comum a mãe pegar o celular e mostrar algum vídeo, ou até mesmo dar na mão do pequeno, pra ele se distrair e ela conseguir terminar o que precisa. Quem nunca se viu nessa situação? Mas será que ela vai observar se ele está ou não ficando perto demais da tela? Se adotou uma boa postura? Ou ainda, se não está há muito tempo assistindo? Quando se dá conta, o dia já foi, e a criança pouco fez e até mal se alimentou. Outras costumam até ir dormir tarde. A culpa é de quem? Tudo tem limite. 
A dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP) é comum em diferentes grupos etários na população mundial. Estima-se que afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes. 
Na pesquisa, divulgada nesta quarta, foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os sexos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e segundo ano do ensino médio no período diurno, na área urbana de Bauru (SP), que responderam ao questionário entre março e junho de 2017. Desses, 1.393 foram reavaliados em 2018. O estudo constatou que de todos os participantes, a prevalência de um ano de TSP foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram dor tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%.
A dor nas costas é só um exemplo de inúmeros outros problemas que o excesso de telas, sem um devido controle dos responsáveis, pode ocasionar. O importante, acima de tudo, é servir de exemplo. As crianças são o reflexo dos pais e vão fazer o que eles fazem. Então seja um modelo positivo. Chegou do serviço? Nada de ficar em celular curtindo fotos dos amigos. Curta seu filho. Inove nas brincadeiras. Dê a ele o principal: amor, carinho e atenção.
 

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