Criadora visual

Neura Costa mergulha na jornada que exige estudo técnico, dedicação constante e o desenvolvimento de uma obra poética própria para extrair o máximo das formas e cores

- DA REDAÇÃO

Data 20/09/2020
Horário 04:00
Elisabete Santos - Embora a paisagem seja sua temática predominante, a artista pinta flores e frutas com o mesmo fervor
Elisabete Santos - Embora a paisagem seja sua temática predominante, a artista pinta flores e frutas com o mesmo fervor

Neura Costa nasceu em Álvares Machado (SP). Formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Prudente (Instituto isolado que deu origem à Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"), onde fez mestrado e doutorado em Sociologia, exercendo funções pedagógicas. A partir da década 70, frequentou o Ateliê de Pintura do Colégio Santa Marcelina, de Botucatu (SP) e Colégio Cristo Rei Colégio Cristo Rei, em Presidente Prudente (SP). Entre 1990 e 1999 tomou parte no Grupo Verarte (Ateliê de Salvador Rodrigues). Prosseguiu os estudos, frequentando um curso de Desenho, com Keiko Koga em 1995 e outros.

Participou de cursos de pintura nos ateliês de Álvaro Lima, no Espaço Adegean (1999/2001), Samira Darwiche (1999) e Alberto Lume (2002).

Em 2000, cursou a Scuola Professionale per l”Arte e il Restauro, da Associazione Bottega d” Arte Fiorentina, em Florença, Itália, retornando em 2003 para frequentar o Studio di Ferdinando Bernardini. Frequentou ainda o Studio Risalita Lucetta, em Florença, Itália (2003, 2004 e 2005).

Em suas telas, a natureza sempre ganha espaço nobre. “Minha inspiração é fruto das minhas raízes no campo. Gosto de retratar a beleza do meio ambiente”, ressalta Neura.

Dotada de forte sensibilidade romântica, Neura Costa revela uma acentuada predisposição em retratar a natureza, onde encontra inspiração para transportar sobre a tela paisagens cujas cores são plasmadas numa luminosidade envolvente. A artista ganhou destaque com suas exibições individuais espalhadas pelo mundo com o tema “Janelas da Alma”.

Particularmente hábil em retratar horizontes de modo harmonioso, tanto na estrutura quanto na prospectiva, a artista absorveu a lição dos impressionistas para desenvolvê-la numa atmosfera lírica brasileira, alcançando assim uma pintura viva e brilhante, realizada por uma paleta bem nutrida.

Ela estende a matéria com toques breves que se sobrepõem, fixando tons e meios tons num empasto repleto de luz, os quais deixam se envolver num clima ao redor das imagens para que elas resultem mais intensas.

Com uma uniformidade de estilo, as obras, criadas com uma constante felicidade de inspiração, carregam uma mensagem de poesia e de musicalidade primaveril. Embora a paisagem seja sua temática predominante, a artista pinta flores e frutas com o mesmo fervor.

Em fases diferentes, algumas paisagens transmitem frêmitos que podem lembrar certa pintura na qual a luz chega a transfigurar as coisas, fazendo-as parecer quase aparições.

Na obra Campo Florido, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, traços expressivos definem a forma com autoridade, tons vibrantes e sonoros criam um clima de paz e serenidade.

Fotos: Elisabete Santos 

A artista produzindo em seu canto preferido tendo sempre ao lado o fiel escudeiro

 

 

Neura Costa: “A pintura faz bem para minha alma, é como uma terapia”

Exposições

Entre as inúmeras exposições individuais e coletivas de que participou no Brasil e no exterior destacam-se: Espaço Cultural do Prudenshopping, de Presidente Prudente (1992/2002); Caixa Econômica Federal, em São Paulo (Itaim Bibi e Campo Belo) (1996); Espaço Cultural da Banca Popolare di Milano, Florença, Itália (2001); Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, Museu Agueda, Portugal (2002); Espaço Cultural do Supremo Tribunal Federal, Brasília, DF (2003); Spazio Villa Marin, San Giorgio di Nogaro, Itália; e Galleria Via Larga, Florença, Itália (2004).

Premiações

Destaque ainda por ter apresentado obras em sete edições do Prêmio "Firerze Europa Mário Conti". Entre as coletivas realizadas no Brasil, a artista plástica Neura Costa se evidenciou por sua participação em vários Salões de Arte. No Estado de São Paulo: Jóquei Clube da Capital, na sede cultural do Iate Clube de Santos, bem como na Galeria "Benedito Calixto". Na casa Cor de São Paulo e no Forte de Copacabana/Rio de Janeiro. Possui obras em condições particulares - tanto no Brasil como no Exterior - em Museus. Dentre eles, o do Supremo Tribunal Federal. Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior, bem como no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

 

 

Neura Costa, entre admiradores na sua exposição na Embaixada do Brasil em Roma

 

Neura Costa e o embaixador José Abreu, cicerone de sua exposição em Roma

 

A artista entre os netos, o genro Dr. Rodrigo e a filha Adriana, na sua mais recente exposição em Presidente Prudente

 

Obra “Tarde de Verão”, vencedora do 20º Prêmio Firenze 2002

 

Artista expôs suas obras no espaço cultural do STF, em Brasília

 

O desafio da paisagem

O amor de Neura Costa pela natureza se expressa na construção de paisagens em que as cores ganham destaque pela maneira como são articuladas em variadas composições, pro
porcionando um mergulho do observador em cada imagem. Além das paisagens, a pintora também contempla visões detalhadas de frutas e flores, inspirada pela observação de jardins e cores de seu ateliê em Álvares Machado, e pelas viagens à Itália.

Gerânios na Janela

 

O campo de girassóis e os ciprestes da Toscana

 

“A Mulher na janela”: retrata a complexidade de um olhar contemplativo por uma janela.

 

Campo de Papoulas

 

Cidade Luz

 

Mercado de flores

 

Orgulho das origens

Neura Costa nasceu numa fazenda em Álvares Machado. Até os 5 anos de idade viveu rodeada de plantações, animais e com pessoas muito simples. Além de seu irmãos, e sua vó paterna, moravam ali também colonos, lembra do retireiro que ordenhava as vacas quando ainda era de madrugada. Após os 5 anos, mudou-se para a cidade (Álvares Machado), onde passou a ter um relacionamento muito estreito com o avô materno. Imigrante espanhol, era um ecologista nato, que amava as plantas, conhecia-as como ninguém, e de qualquer lugar que fosse, trazia sementes e mudas para plantar. Tinha “dedo verde”: tudo que plantava se transformava em grandes arvores e verdadeiros bosques. Talvez tenha sido a grande inspiração para as obras de Neura, que tanto retrata a natureza.

 

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