A reportagem traz a informação da vida e carreira de Adelmo Vanalli, desde ontem nas mídias exclusivamente online e na edição de hoje de O Imparcial. A opinião neste artigo é sobre o jornalista que por mais de 50 anos foi diretor de redação neste longevo jornal de 82 anos. Sempre contribuindo com o desenvolvimento local e regional, por noticiar os principais acontecimentos e por abraçar causas comunitárias, tais como: campanha de compra de viatura para a Polícia Militar; promoção do turismo em Presidente Epitácio; e o reconhecimento às pessoas que fizeram além de suas obrigações e por isso foram agraciadas com o Troféu Heitor Graça, nome do fundador do jornal em 1939.
Jornalista que cuidava com zelo da profissão. Lia e ouvia muito; o que é básico para quem se propõe a contar histórias de fatos reais e a emitir opiniões. Quem ouve mais, fala menos e sabe o que está dizendo. Adelmo Vanalli teve essa sabedoria. Ensinava mesmo no silêncio e na redação de O Imparcial contribuiu para forjar bons profissionais que ainda permanecem por aqui e outros que ganharam o Brasil e o mundo. Ao que tudo indica, o falar menos e ouvir mais era para ele parte do permanente exercício da isenção pessoal; do olhar a distância para enxergar com maior clareza.
Adelmo Vanalli deixa o legado da boa prática do jornalismo: isento, de excelente conteúdo e de respeito ao próximo
Seu Adelmo, como era chamado pelos funcionários do jornal, tratava os colegas de redação como companheiros e não como chefe. Até 1995, quando o jornal era no prédio onde fica a Associação Comercial, trabalhava na redação de ambiente único. Na mudança para o Jardim Bongiovani, teve uma sala logo na entrada da redação, mas que ficava permanentemente aberta para facilitar o entra e sai de repórteres, editores e outros mais. Se o assunto fosse bom, havia conversa mais demorada. Para ele, a posição de um veículo de mídia deve provocar nas pessoas o respeito ou o temor. O respeito de quem é do bem e o temor, em que pese a redundância, de quem tem algo a temer.
Outro ensinamento: sequer se insinuar para receber presentinhos. Aliás, nem pensar. Jantar, almoçar ou festa, apenas com a família e amigos ou em algo que o jornal estivesse promovendo. Aliás, foi o cozinheiro das confraternizações da família O Imparcial, incluindo duas viagens com todos os funcionários para os litorais catarinense e paulista. Além do texto de alta qualidade em conteúdo, vocabulário e ortografia, gostava de fotografar. A cada avanço tecnológico, logo se adaptava com as mudanças na redação. Era exímio datilógrafo e transportou a velocidade da máquina de escrever para o computador, sem olhar para o teclado.
Como não dá para falar de Adelmo Vanalli, sem citar Mário Peretti (1932-2010) e Deodato da Silva; respectivamente diretor de redação, diretor responsável e diretor administrativo; cabe citar que foram sócios por todo o tempo; como donos da Editora Imprensa que arrendava O Imparcial de Roberto Santos, do Consórcio Brasileiro de Imprensa; sendo que em 1995 compraram O Imparcial que eles mesmos construíram como uma marca de credibilidade; ainda mais acentuada agora em tempos de fake news.