Corredor florestal abriga 2 milhões de árvores

“É uma forma de propagar as ações junto ao meio ambiente. A participação do ser humano nos trabalhos de conscientização da vida ecológica", aponta.

REGIÃO - Rogério Lopes

Data 21/09/2014
Horário 09:53
 

Com intuito de reconectar as reservas do Parque Estadual do Morro do Diabo e a Esec-MLP (Estação Ecológica Mico-Leão-Preto), ambas em Teodoro Sampaio – mas que fazem divisa com Euclides da Cunha Paulista –, desde 2002 é desenvolvido, pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), o projeto Corredores da Mata Atlântica. Ao todo, são mil hectares de preservação ambiental, que abrigam 2 milhões de plantas, das mais variadas espécies. Entre elas, ipês rosa, amarelo, branco e roxo, peroba e louro pardo. Hoje é comemorado o Dia da Árvore.

Jornal O Imparcial Corredor ecológico reconecta Morro do Diabo à Estação Ecológica Mico-Leão-Preto

De acordo com um dos coordenadores do projeto, Laury Cullen, o local representa "o maior corredor de mata atlântica reflorestado no Brasil". Ele informa que a intenção do projeto, além de possibilitar o trânsito da fauna e flora entre os parques – principalmente do mico-leão-preto –, visa à conservação e preservação da natureza, com o plantio constante de mudas. "É uma forma de propagar as ações junto ao meio ambiente. A participação do ser humano nos trabalhos de conscientização da vida ecológica", aponta.

Além da magnitude, beleza e importância ao meio ambiente que o corredor proporciona, Cullen explica que o trabalho é uma fonte de geração de renda junto aos assentados da região. Isso porque, segundo o coordenador, os moradores cultivam uma parte das mudas que são replantadas na área. "É uma ação que promove preservação, o contato com a natureza e, de certa forma, uma ajuda na renda dos assentados", conta. Ele informa que houve todo um estudo para desenvolver o projeto – que entre o percurso feito, passa pelas margens do Rio Paranapanema –, que contou com a parceria de entidades públicas e privadas.

 

Morro do Diabo


Segundo o gestor do Parque Estadual do Morro do Diabo, Eriqui Marqueti Inazaki, o corredor florestal é uma ação que vem somar às ações de preservação e conscientização ambiental. Ele explica que o projeto é importante, pois liga o parque a pequenos fragmentos da natureza, que ficam nos arredores da unidade. "É uma forma de unir a natureza e proporcionar segurança no trânsito dos animais", acrescenta.

Além disso, o gestor salienta a necessidade de promover outros projetos, que como o Corredores da Mata Atlântica, ajudam no desenvolver de novas ideias, iniciativas e pesquisas. "Estas atitudes servem para enriquecer os estudos, pensamentos e assuntos no âmbito ambiental", frisa.

 

Mico-leão-preto


Um dos frequentadores diários do corredor é o mico-leão-preto. O animal circula, tranquilamente, pelas árvores que compõem o local e que interliga as duas unidades de conservação: Morro do Diabo e Estação Ecológica, que leva o nome do animal – desenvolvida pelo projeto Ipê.

Conforme reportagem publicada em junho sobre o levantamento e estudo desenvolvidos pela bióloga Gabriela Cabral Rezende, e que deu origem ao livro "Mico-Leão-Preto: A história de sucesso na conservação de uma espécie em extinção", dos 1,5 mil macacos da espécie que existem no Brasil, todos estão no Estado de São Paulo, 80%, ou seja, 1,2 mil exemplares habitam nos parques de Teodoro Sampaio.

Segundo Cullen, isto demonstra toda a preocupação e o êxito dos trabalhos realizados, tanto pelo instituto IPÊ, quanto pelos gestores do Morro do Diabo. Ele conta que, hoje, o animal não está dentro da escala de extinção, mas que é "necessário dar continuidade às ações de propagação da espécie".
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